Vampiro de Niterói na prisão
Vampiro de Niterói na prisão
Vampiro de Niterói na prisão

O Vampiro de Niterói, notório assassino dos anos 1990, passou os últimos anos na prisão escrevendo cartas. As mais notórias foram para Solange Diniz de Carvalho , estudante de psicologia que atuava no Hospital de Custódia e Tratamento Psiquiátrico Henrique Roxo, onde ele estava internado.

Nascido Marcelo Costa de Andrade, o serial killer matou 13 crianças entre 6 e 13 anos. Além de abusos e asfixia, bebia o sangue das vítimas — isso explica o apelido. 

O que tinha nas cartas para Solange?

Marcelo contou alguns fatos da vida e dos crimes para Solange em 2008. À época, ela ainda cursava Psicologia e pediu para ficar na prisão justamente para poder estudar o assassino.

Eles se conheceram no pátio, e se apresentaram. Trocaram um aperto de mão e Marcelo se apaixonou.

Ele escreveu, ao todo, três cartas para Solange. Elas ficaram mais intimistas progressivamente.

Na primeira, Marcelo fala bastante de religião e pede contato com Solange. Ele recomenda alguns programas religiosos e uma redenção que ela poderia encontrar na fé.

A segunda carta é mais direta, e abre com:

“Primeiramente, beijinhos maravilhosos na sua linda boca e no seu lindo rostinho. Se estivesse em liberdade, eu levaria você para almoçar em um restaurante, como uma churrascaria. Lá, íamos conversar uma conversa sadia, como de mãe para filho.”

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Diz ainda que gostaria de vê-la de biquíni na piscina e ficar “grudado” com ela. Finaliza com um trecho ousado:

“Solange, aqui eu faço masturbação. Toco no meu pênis até sair o esperma, já que eu não tenho mulher para fazer sexo.” Pede, ainda, que ela não conte para ninguém sobre a correspondência.

A terceira carta tem um rumo diferente. Nela, O Vampiro de Niterói descreve os crimes e aconselha Solange a não cometer crimes. Não pela atitude moral, mas para não precisar passar por uma prisão.

Então, elabora um plano para Solange vê-lo no hospital mesmo depois de não trabalhar mais lá. Reforça bastante a vontade de vê-la, e sugere que ela corresponda para a avó, que depois entregaria as cartas para ele. 

Leia um trecho [sic]:

“Quando eu tinha 10 anos, fiquei me prostituindo na Cinelândia, Central do Brasil e na Galeria Alasca, em Copacabana, até os meus 18 anos de idade. E eu ganhava um bom dinheiro assim. Aconteceu que eu cresci e comecei a gostar de garoto novo para sexo. Aconteceu também de eu ficar endemoniado e doido da cabeça. Então eu matei 13 garotos de 5 a 13 anos de idade em lugares desertos. Eu bebia o sangue dos meninos e estuprei eles. Isso em um ano. É por isso que estou há muitos anos preso.”

Análise de Psiquiatra

Ao O Globo, dois psiquiatras analisaram as cartas de Marcelo. Ambos concordam: o Vampiro de Niterói não tem recuperação ou maneiras de se reintegrar à sociedade.

Guido Palomba, autor do livro Insania Furens: Casos Verídicos de Loucura e Crime , comentou que a carta é “conteúdo típico de criminoso com gravíssimos distúrbios mentais. Esse tipo de indivíduo é totalmente irrecuperável. Nasceu deformado, é anormal e continuará sendo até morrer. A deformidade é estrutural e não existe tratamento que possa modificá-lo.”

Ana Beatriz Barbosa , psiquiatra e autora de “Mentes Perigosas: O Psicopata Mora ao Lado”, classifica-o como “perverso e irrecuperável ”, sem compaixão, e exibe as vítimas como prêmio. “Às vezes,” comentou Ana, “percebemos que ele delira um pouco, o que indica traços de psicose. Em determinados trechos, ele expressa uma megalomania típica de pessoas narcisistas. Principalmente quando ele relata os detalhes dos crimes que cometeu.”

Ele explica que Marcelo não têm valores morais ou noção de bem e mal. Ele não pensa criticamente, não vê problemas no que fez, e nem se arrepende. Para ele, não há dúvidas que o Vampiro de Niterói cometeria mais assassinatos se tivesse a chance.

Porém, a falta de “piedade, compaixão e altruísmo” e o egocentrismo explicam melhor os crimes dele.

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