Espécie Caipirasuchus catanduvensis viveu no país há 85 milhões de anos
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Espécie Caipirasuchus catanduvensis viveu no país há 85 milhões de anos
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Um estudo divulgado pela revista científica internacional "Historical Biology" na última sexta-feira (14) revelou que pesquisadores brasileiros encontraram uma espécie de crocodilo nunca vista antes. O animal viveu no Período Cretáceo, no interior paulista e do Triângulo Mineiro. Ele foi chamado de 'crocodilo caipira' e viveu no Brasil há cerca de 85 milhões de anos, junto com os dinossauros. A diferença é que ele produzia sons.

A espécie é chamada de Caipirasuchus catanduvensis e tinha cerca de 1,20 metro de comprimento. A emissão de sons foi descoberta após uma análise no crânio do fóssil, indicado que ele tinha câmaras de ressonância associadas as vias aéreas.

"Eles têm dentro do crânio esse aparato associado à cavidade nasal, que permitia com que ele produzisse sons ressonantes. Isso indica que possivelmente ele produzia sons, como outros animais na atualidade fazem, para se comunicar entre si", disse Aline Ghilard, paleontóloga e pesquisadora da UFRN (Universidade Federal do Rio Grande do Norte), ao UOL.

Segundo a paleontóloga, a emissão de sons serviam para alertar sobre predadores e para o acasalamento.

"Ele é diferente das outras espécies de Caipirasuchus justamente por isso. E como ele era o alvo favorito dos grandes predadores da época, essa pode ter sido uma forma que ele encontrou de se comunicar, de alertar sobre perigos no passado", afirma Ghilard.

Crânio e ossos do Caipirasuchus catanduvensis Reprodução: Arquivo pessoal
Crânio e ossos do Caipirasuchus catanduvensis Reprodução: Arquivo pessoal
Local onde foi achado o fóssil do crocodilo Reprodução: Arquivo pessoal
Local onde foi achado o fóssil do crocodilo Reprodução: Arquivo pessoal
Espécie Caipirasuchus catanduvensis viveu no país há 85 milhões de anos Reprodução
Espécie Caipirasuchus catanduvensis viveu no país há 85 milhões de anos Reprodução

'Crocodilo caipira'

O animal foi chamado de 'crocodilo caipira' porque ele foi encontrado junto com fósseis em 2011, durante a duplicação da SP-351, a rodovia da Laranja.

Durante as obras para construção de uma ponte em um dos acessos à cidade de Catanduva (SP), grandes blocos de rocha foram removidos, revelando uma rica diversidade de fósseis. Entre os achados estavam restos de conchas, peixes, anuros (sapos, rãs e pererecas), tartarugas, crocodilos e dinossauros.



Segundo a pesquisadora, a descoberta do crocodilo caipira é significativa para a ciência por ampliar a diversidade dos crocodilos fósseis conhecidos do final do período Cretáceo no Brasil. Isso evidencia que tanto o interior de São Paulo quanto o Triângulo Mineiro foram áreas paleontologicamente ricas no passado.

"Esses crocodilos pequenininhos, que são encontrados em rochas do cretáceo do Brasil, representam a ponta do iceberg de uma diversidade grande de espécies de crocodilos que existiam na era dos dinossauros nessa época, e os Caipirasuchus eram literalmente comida de dinossauros e de outros crocodilos", ressalta Aline Ghilard.

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