Lula lembrou que ninguém deve ser punido por greve
Agência Brasil
Lula lembrou que ninguém deve ser punido por greve

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) chamou reitores de universidades e institutos federais para discutir o prolongamento das greves . Ele enfatizou que não vê justificativa para prolongar as paralisações e solicitou flexibilidade dos servidores nas negociações com o governo.

"Nesse caso da educação, se vocês analisarem o conjunto da obra vocês vão perceber que não há muita razão para essa greve estar durando o que está durando. Quem está perdendo não é o Lula, quem está perdendo não é o reitor, quem está perdendo é o Brasil e os estudantes brasileiros. É isso tem que ser levado em conta. Não é por 3%, 2%, 4% que a gente fica a vida inteira de greve. Vamos ver os outros benefícios", disse Lula aos reitores nesta segunda-feira (10), no Palácio do Planalto.

Desde abril, várias categorias ligadas ao ensino federal estão em greve, com adesão tanto de professores quanto de técnicos-administrativos em algumas instituições. O Sindicato Nacional dos Docentes das Instituições de Ensino Superior (Andes) aponta uma defasagem salarial de 22,71% desde 2016.

Durante o encontro, o presidente elogiou os esforços da ministra da Gestão, Esther Dweck, nas negociações com os grevistas. Lula destacou que Esther disponibilizou um montante de recursos considerável para as categorias, que, segundo ele, não devem ser ignorados.

"Só quero que levem isso em conta. Porque, senão, vamos falar em universidade e institutos federais, e os alunos estão à espera de voltar à sala de aula", disse.

Lula, cuja trajetória política teve início como líder sindical em São Paulo, reiterou que ninguém será punido devido à greve. Ele, que foi eleito para um terceiro mandato com um discurso voltado à valorização do ensino público, afirmou durante o pronunciamento no Palácio do Planalto nesta segunda-feira que "a greve tem um tempo para começar e um tempo para terminar".

"A única coisa que não se pode permitir é que uma greve termine por inanição. Se ela terminar, as pessoas ficam desmoralizadas. O dirigente sindical tem que ter coragem de propor, tem que ter coragem de negociar, mas ele tem que ter coragem de tomar decisões que muitas vezes não é o tudo ou nada que ele apregoou", concluiu o presidente. 

Além de Lula, o ministro da Educação, Camilo Santana, defendeu o término da greve e criticou a paralisação. Segundo ele, este é um ato que se adota "quando não há mais diálogo, mais condições de debater ou discutir", o que não é o caso com o atual governo federal.

"Acho que todos precisam ajudar para a gente sair deste impasse. Mais importante é a retomada das aulas para os nossos alunos", frisou.

Camilo relembrou o reajuste de 9% dado em 2023 aos servidores federais e que não é possível recompor as perdas de gestões anteriores em pouco tempo.

"Não podemos recompor todo processo histórico de anos em curto espaço de tempo. Há esforço enorme do governo federal, para deixar claro, e lembrar que a negociação terá impacto mais de R$ 10 bilhões", disse.

Reitora da Universidade de Brasília (UnB) e presidente da Associação Nacional dos Dirigentes das Instituições de Ensino Superior (Andifes), Márcia Abrahão, disse esperar um acordo entre os sindicatos e o governo ainda nesta semana. 

"São trabalhadoras e trabalhadores essenciais para darmos conta de todos os desafios do país e que possuem remunerações muito defasadas, como o senhor [Lula] bem sabe, ainda mais quando comparamos com carreiras que tiveram reajuste recentemente. Há técnicos que chegam a ganhar menos de um salário mínimo. Esperamos que essa semana governo e sindicatos cheguem a situação negociada, pacificando a situação", disse Márcia.

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