Kawara Welch foi presa por perseguir médico mineiro
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Kawara Welch foi presa por perseguir médico mineiro

Kawara Welch , de 23 anos, presa pelo crime de stalking após perseguir um médico em Ituiutaba, Minas Gerais, acreditava ter um relacionamento "imaginário" com o médico, que preferiu não se identificar, segundo o delegado do caso. A mulher estava foragida desde março do ano passado, e foi detida no último dia 8 em uma universidade de Uberlândia.

De acordo com informações do delegado Rafael de Freitas Faria, responsável pelo caso, Kawara teria mandado 1.300 mensagens e feito 500 ligações para o médico e sua família . Ele também menciona que a jovem frequentava os mesmos locais que a vítima, alimentando a crença de um relacionamento inexistente.

"Ela tinha ilusões de que esse relacionamento realmente existia entre eles, isso fazia com que ela frequentasse os mesmos ambientes que a vítima, como locais de trabalho, residência, hospitais, clínicas. Ela o perseguia de forma reiterada. Não há nenhum indício da existência de um relacionamento entre eles, ou que o médico prometesse algo a ela, ou que ficasse dando indiretas a ela", explicou o delegado ao jornal O Globo.

O delegado ressalta que a obsessão de Kawara foi o motivo por trás do crime e destaca que em nenhum momento das investigações ficou comprovado que os dois tiveram um relacionamento amoroso. Ele ainda enfatiza que o comportamento da artista plástica é injustificável, pois o crime de stalking afeta profundamente a integridade física e psicológica da vítima.

"O crime de perseguição ameaça a integridade física e psíquica, psicológica da vítima. O crime diminui a capacidade de locomoção, restringe a liberdade, restringe a privacidade. Embora seja um crime considerado menor potencial ofensivo pela quantidade de pena máxima que o legislador optou, é um crime que causa efeitos catastróficos na vida da vítima. Nada justificaria, ainda que eles tivessem um relacionamento", ressalta Faria.

O caso

Em entrevista ao Fantástico, o médico relatou que conheceu Kawara em 2018, quando ela o procurou com quadro de depressão. As perseguições começaram em 2019, e, por conta disso, a artista plástica foi excluída da lista de pacientes do profissional.

Ele e a esposa registraram 42 boletins de ocorrência por perturbação do sossego, lesão corporal, ameaça e extorsão.

A prisão de Kawara ocorreu após a emissão de um mandado de prisão preventiva em 8 de maio. A polícia investiga o caso desde o início e revela que a jovem já havia sido presa anteriormente em 2021.

Nas redes sociais, Kawara se apresenta como artista plástica e modelo, acumulando mais de 6,5 mil seguidores.

A defesa da jovem, por outro lado, argumentou ao jornal O Globo que os dois mantinham um relacionamento amoroso. Ela foi presa, mas foi liberada após pagar fiança de R$ 3,5 mil e passou a responder ao processo em liberdade.

"A companheira da suposta vítima descobriu essa situação e passou 'coagir' a suposta vítima que, sem alternativa, foi obrigada a confeccionar essas denúncias. Infelizmente, como dito, a Sr. Kawara não teve a oportunidade de declarar tudo o que agora declara por sua defesa e fornecer documentos para que tudo fosse apurado", afirmam os advogados em nota.

Eles ainda destacam que Kawara "nunca foi intimidada" para prestar qualquer esclarecimento sobre os fatos.

"O único erro da Sra. Kawara é de permanecer iludida pela suposta vítima em ter um relacionamento com a própria", destacou a defesa em nota.

Stalking

O crime de stalking, incluído no Código Penal em março de 2021, consiste em perseguir alguém reiteradamente, ameaçando sua integridade física ou psicológica, restringindo sua liberdade ou perturbando sua privacidade.

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