RS: "Temos que contar com mais destruição", afirma vice-governador

Região serrana do estado gaúcho teve deslizamento de terra e desabamento nesta segunda-feira (13)

Gabriel Souza, vice-governador do Rio Grande do Sul, alerta para novas destruições
Foto: Reprodução: X
Gabriel Souza, vice-governador do Rio Grande do Sul, alerta para novas destruições

O vice-governador do Rio Grande do Sul, Gabriel Souza (MDB), afirmou que o estado gaúcho pode ter novos  desastres nas próximas horas. "Temos que contar com a possibilidade de ter mais destruição", disse em entrevista a GloboNews nesta segunda-feira (13).

O Rio Grande do Sul iniciou a semana com alerta de chuvasaumento do nível dos rios e queda de temperatura. A partir desta segunda (13), Porto Alegre pode registrar um novo recorde para o Guaíba, que deve atingir 5,5 metros nas próximas 48 horas . O rio pode ultrapassar o pico de 5,3 metros registrado no último dia 5.

No domingo (12), o Centro Nacional de Monitoramento e Alertas de Desastres (Cemaden) emitiu um aviso de alto riscos hidrológicos e geológicos no Rio Grande do Sul. Os avisos ocorrem por conta das possíveis consequências dos temporais — inundações e alagamentos, ou deslizamentos de terra e desabamentos.

"O Rio Grande do Sul teve a sua infraestrutura, no que tange a pontes, rodovias estaduais, federais, concedidas ou não concedidas, municipais; estradas do interior [...]; escolas; quarteis da brigada militar; delegacia da polícia civil; comandos do corpo de bombeiro; hospitais. Uma infraestrutura inteira, que foi construída durante muitas décadas, e agora precisa ser reconstruída. Não estamos falando de obras novas", disse o vice-governador.

Gabriel Souza disse que é necessário haver o repasse de recursos do governo federal e uma flexibilização no pagamento da dívida do estado com a União.

"Precisamos que haja uma folga no pagamento da dívida, pelo menos até o final do mandato. Não podemos ter seis meses de suspensão da dívida, porque é evidente que eu não consigo resolver todos esses problemas [nesse período]", afirmou o vice-governador.

Previsão do tempo

A previsão do tempo aponta que  a chuva deve diminuir a intensidade nesta segunda-feira. Contudo, o problema que o estado enfrenta agora também é o frio. 

Devido a uma massa de ar frio que entra no Rio Grande do Sul nesta semana, há chance de geada no extremo sul do estado.

O governador Eduardo Leite (PSDB) manifestou preocupação nas redes sociais, falando sobre a iminência de novas enchentes e deslizamentos na Região da Serra e dos Vales.

"Não é hora de voltar para casa, de estar em área de risco. As áreas de encostas de morro precisam ser evitadas porque o solo está encharcado. Os riscos de deslizamentos são reais", disse o governador.

Região Serrana

Uma rua em Gramado, cidade da serra gaúcha,  cedeu após a chuva atingir a cidade no último fim de semana. No sábado (11), a prefeitura havia alertado para risco de desmoronamentos. A Defesa Civil pediu que os moradores dessas áreas deixassem suas casas.

O desmoronamento aconteceu na rua Henrique Bertoluci, no bairro Piratini. Segundo a prefeitura, uma infiltração ocasionada pela forte chuva fez a rua ceder. A via tinha risco elevado de colapso.

Foto: Reprodução: RBS TV
Rua desmorona em Gramado, na serra gaúcha

Até o momento, sete pessoas já morreram em Gramado devido aos deslizamentos de terra na região. Além disso, 974 estão desalojadas no local por causa das chuvas e inundações.

Na madrugada desta segunda-feira (13), moradores de Caxias do Sul, município da região serrana do Rio Grande do Sul, sentiram tremores de terra . Segundo o Corpo de Bombeiros, os abalos aconteceram na região central da cidade e nos bairros Madureira, Universitário, Jardim América e Pio X. As áreas são contornadas por morros e, por isso, a suspeita é de que tenha ocorrido um deslizamento de terra.

Rio Grande do Sul

Os temporais que atingem o estado do Rio Grande do Sul desde segunda-feira (29) causaram 147 mortes  e mais de 538 mil pessoas desalojadas, segundo o boletim da Defesa Civil divulgado na manhã desta segunda-feira. 

O número de feridos permaneceu em 806, e o de desaparecidos diminuiu para 127. Ainda, a Defesa Civil do estado informa que 76.470 pessoas e 10.814 animais foram resgatados.


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