Ronald Paulo de Alves Pereira, conhecido como Major Ronald
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Ronald Paulo de Alves Pereira, conhecido como Major Ronald

A Procuradoria Geral da República (PGR) aponta que Ronald Paulo de Alves Pereira, um dos alvos dos dois mandados de prisão cumpridos nesta quinta-feira (9) pela Polícia Federal, foi quem ajudou a definir o dia e o local para a execução do atentado contra Marielle Franco , que também vitimou o motorista Anderson Gomes. As informações são do g1.

Segundo a PGR, o 'Major Ronald', como é conhecido, era o encarregado por observar a rotina da vereadora. Por meio das redes, 'encontrou a oportunidade para a execução do homicídio' no dia 14 de março de 2018, quando ela participaria de um evento na Casa das Pretas, na Rua dos Inválidos.

Segundo a PGR, na manhã do dia do atentado, Major Ronald ligou para Edmilson “Macalé” para informar as coordenadas. Em seguida, Macalé telefonou para Ronnie Lessa para repassar a informação.

"Em relação a Rivaldo Barbosa, Ronnie Lessa declarou que aceitou a empreitada homicida, pois os irmãos Brazão expressamente afirmaram que o então chefe da Divisão de Homicídios da PCERJ teria contribuído para preparação do crime, colaborando ativamente na construção do plano de execução e assegurando que não haveria atuação repressiva por parte da Polícia Civil", diz o relatório da Polícia Federal.

O relatório aponta ainda que o local foi escolhido pela distância da Câmara de Vereadores, o que atendia à exigência de não destacar a 'conotação política do crime' feita pelo delegado e ex-chefe de Polícia Civil, Rivaldo Barbosa.

"Ronnie pontuou que Rivaldo exigiu que o M.F. da S. não fosse executada em trajeto de deslocamento de ou para a Câmara Municipal do Rio de Janeiro, pois tal fato destacaria a conotação política do homicídio, levando pressão às forças policiais para uma resposta eficiente", aponta o documento.

Esses detalhes estão descritos no relatório da PF, que baseou o pedido de prisão do ministro do Supremo Tribunal Federal Alexandre de Moraes. Vale lembrar que o Major Ronald já cumpria pena em prisão federal por ter sido um dos chefes da milícia na comunidade de Muzema. O outro mandado cumprido nesta quinta pela PF foi contra o ex-assessor de Domingos Brazão Robson Calixto da Fonseca, mais conhecido como Peixe, por organização criminosa.

O que diz a defesa

'A defesa de Ronald Paulo Alves Pereira, capitaneada pelo escritório Igor de Carvalho, esclarece que foi surpreendida pela informação da inserção de seu cliente, como acusado, no processo que apura a morte da vereadora Marielle e de Anderson.

Sobretudo porque, após detida análise do relatório final da investigação, disponibilizado pelo Supremo Tribunal Federal, fica evidente que a própria Polícia Federal afirmou a total ausência de elementos que corroborassem as palavras do criminoso confesso e delator Ronnie Lessa, no tocante à participação do cliente deste escritório.

Portanto, causa elevada estranheza a conduta da Procuradoria Geral da República ao oferecer denúncia e requerer prisão, haja vista o pequeno prazo entre o término da longeva investigação (que concluiu inexistir provas contra Ronald) e a denúncia.

Ressalte-se que, assim que houver maiores informações acerca dos motivos que levaram a tal inusitada situação, posto que esse escritório ainda não teve acesso ao conteúdo do processo, a defesa trará à sociedade as provas que refutam tais infundadas acusações.'

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