Samara Mapoua, influencer digital trans de 30 anos que acumula 5,2 milhões de seguidores no TikTok, voltou a ser presa nesta segunda-feira (29), após se entregar a uma delegacia por ter sua liberdade revogada pela Justiça por porte ilegal de arma de fogo. A informação foi passada pela mãe de Samara, no Instagram.
"Mapoua já tinha iniciado o cumprimento das medidas cautelares e seu processo foi encaminhado para o Ministério Público responder sobre a possibilidade da celebração de um ANPP, então, para evitar grandes transtornos e preservar a segurança de todos que participam da vida dela, resolvemos seguir esse caminho de cumprir a decisão. Porém, não vamos desistir da liberdade, que é um direito dela", escreveu a mãe de Mapoua, Adriana Jesus, em um post no Instagram.
Relembre o caso
No fim de março, a influenciadora e outras cinco pessoas foram abordadas por policiais na Avenida Brasil, na altura de Olaria, Zona Norte do Rio de Janeiro. Com o grupo, foi encontrada uma pistola calibre 380 com número raspado.
A pistola foi encontrada pelos policiais debaixo de um dos bancos. Mapoua assumiu que a arma era dela na delegacia de Consucesso.
Segundo ela, em depoimento, a arma era para defesa pessoal "por ser influencer com muitos seguidores e por temer a sua integridade física e sua vida".
O grupo desobedeceu uma ordem de parada enquanto ainda estava dentro do carro. Eles foram abordados pelos policiais militares do 22º BPM (Maré), em Bonsucesso, e fugiram pela Avenida Brasil em direção à Zona Oeste.
Em entrevista ao portal G1, o advogado Vinicius de Ponte Neto, responsável pela defesa de Mapoua, afirmou que não houve fuga durante a abordagem policial, diferentemente do que foi alegado pela polícia.
Após duas tentativas da defesa, o Tribunal de Justiça do RJ concedeu um habeas corpus para a influencer. A última decisão, do dia 30 de março, foi da desembargadora Teresa de Andrade Castro Neves.
A magistrada determinou que Mapoua terá que se apresentar em juízo uma vez por mês e não poderá sair da área da comarca onde mora por mais de dez dias. O descumprimento dessas ordens pode resultar em nova prisão.
Sobre a prisão, Samara declarou que foi presa por tentar proteger as pessoas que estavam com ela.
"Não quero e nem queria que ninguém passasse por isso, mas estou aqui pois tomei uma decisão de proteger e defender quem estava comigo, foi muita pressão todo aquele cenário as 4 da manhã, e a única opção que encontrei no momento foi declarar que a arma era minha para que todos conseguissem sair daquela situação", disse a influencer em um comunicado em suas redes sociais, através de sua assessoria jurídica.
"Não me arrependo do que fiz e vou acertar minhas contas com a justiça e quando ganhar minha liberdade irei esclarecer e contar tudo para vocês. Amo todos vocês que estão me apoiando e sabem que eu nunca fiz e não faria isso por maldade, foi um acidente!”, afirmou a jovem no comunicado.
Nesta quarta (27), o juiz Diego Fernandes Silva Santos converteu a prisão da mulher em preventiva e determinou que ela ficasse em um presídio feminino.
Na decisão, ele disse que o crime era grave e, por isso, era necessário que ela seguisse presa até o fim da investigação.
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