Voçorocas assustam moradores do oeste do Maranhão
Reprodução/Globo
Voçorocas assustam moradores do oeste do Maranhão


Moradores da cidade de Buriticupu, situada no oeste do Maranhão, estão enfrentando um crescente medo devido ao avanço das voçorocas, um fenômeno natural que tem se intensificado devido à falta de infraestrutura adequada na região.

O município, situado em um platô cercado por vales e desprovido de canalização apropriada para água, está sendo ameaçado por 26 crateras gigantes que estão aumentando em direção à cidade, colocando em risco centenas de residências.

Nos últimos 10 anos, 53 imóveis já foram engolidos pelas voçorocas, sendo três deles apenas neste ano. A situação levou muitas famílias a abandonarem suas casas, sendo obrigadas a fazer mudanças drásticas em suas vidas devido ao perigo representado pelo avanço das crateras.

Em relato ao Jornal Nacional, Carlos Rodrigues Mendes, lavrador da região, compartilhou sua experiência: "Saí porque não tinha jeito, não senhora, não dava mais de ficar tava muito próximo, aí foi o jeito sair. Eu sinto saudade, do jeito que eu trabalhei muito pra comprar, aí perdi, né."

Diante da situação preocupante, o governo federal foi acionado e enviou um montante de R$ 4 milhões para oferecer assistência emergencial e iniciar a construção de casas para as famílias afetadas.

No entanto, a Prefeitura de Buriticupu estima que serão necessários mais de R$ 40 milhões para realizar obras emergenciais de drenagem das crateras e conter seu avanço.

Especialistas alertam para a urgência de conter o avanço das voçorocas a fim de evitar danos ainda maiores. Marcelino Farias, professor e doutor em ciência do solo, explicou em entrevista ao Jornal Nacional.

"Quando tá chovendo cai a barreira, que estremece o chão. Tem uma cidade que não tem saneamento básico, tem uma cidade que tem ruas direcionadas para encoste, então canaliza toda a água para lá, tem o esgoto que cai nesses lugares, vai intensificando, tem uma população que é vulnerável, mas que não quer sair porque não tem ainda uma sensibilidade, nem tem para onde ir."

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