Francisco José dos Santos, popularmente conhecido como Dunga, um dos nomes mais respeitados pelo cristianismo no País, não acredita que o fato de o Movimento dos Trabalhadores Sem-Teto (MTST) ter apagado o post que trazia a figura de Jesus crucificado e a frase “bandido bom é bandido morto” apazigua a intenção. Para o missionário, enquanto não houver um pedido de desculpas, de “perdão”, o desrespeito prevalece.
Após a polêmica envolvendo a postagem, feita pelo movimento na Sexta-Feira Santa (29/4), uma das datas mais importantes do calendário católico no Brasil, os autores acabaram apagando o conteúdo do feed, cinco dias depois. Muitas lideranças religiosas e políticos de todo o País repudiaram o conteúdo, que chegou a ser atribuído ao pré-candidato a prefeito de São Paulo Guilherme Boulos (PSOL), uma das figuras mais emblemáticas do MTST.
"Como cristão, lamento que o post seja, simplesmente, apagado. Sem um pedido verdadeiro de perdão, um pedido de desculpas pela tristeza que essa ofensa trouxe a todos nós, cristãos, em plena Sexta-Feira da Paixão, o desrespeito continua”, lamenta Dunga.
O cantor, compositor, pregador, escritor, locutor e apresentador de TV também atribui ao post o que ele chama de “ódio religioso."
“Nossa fé precisa ser respeitada. Somos a religião do amor. Não compactuamos com o ódio religioso dessa gente. Há tanto o que fazer nas cidades, nos estados, pelo País. Aí, pegam uma data cristã importante para fazerem política com ódio. Isso é sacrilégio. Deveriam pedir perdão. As coisas não desacontecem derrubando post. E a intenção?”, questiona Dunga, que tem 629 mil seguidores no Instagram.
Arrependimento?
Em nota publicada no X (antigo Twitter), o MTST afirma que a Coordenação Nacional do movimento se reuniu na quarta-feira (3/4) e concluiu que a montagem que atribui a frase “bandido bom é bandido morto” a três soldados romanos, enquanto assistem à crucificação de Jesus Cristo, foi inapropriada.
“A coordenação considera que a postagem foi inapropriada e por isso foi deletada de suas redes. Reafirmamos o respeito às religiões cristãs e o compromisso com a liberdade de manifestação religiosa”, diz o texto.