Chiquinho Brazão foi preso neste domingo (24) suspeito de ser um dos mandantes da morte de Marielle Franco
Mario Agra / Câmara dos Deputados - 13/03/2024
Chiquinho Brazão foi preso neste domingo (24) suspeito de ser um dos mandantes da morte de Marielle Franco

O PSOL anunciou neste domingo (24) sua intenção de requerer a cassação do deputado federal Chiquinho Brazão (União Brasil-RJ), que foi detido na manhã de hoje sob acusação de ser um dos mandantes do assassinato da vereadora Marielle Franco (PSOL). O partido planeja submeter uma ação ao Conselho de Ética da Câmara.

Neste domingo, a Polícia Federal realizou uma operação visando Chiquinho Brazão e seu irmão, o conselheiro do Tribunal de Contas do Estado do Rio, Domingos Brazão, também preso. O delegado Rivaldo Barbosa, ex-chefe da Polícia Civil do Rio, também foi detido sob a suspeita de proteger os dois políticos. Todos os três negam as acusações. De acordo com os investigadores, havia o risco de fuga e a necessidade de surpreender os envolvidos, razão pela qual os mandados foram executados no domingo.

O deputado Chico Alencar (PSOL-RJ), membro do PSOL no Conselho de Ética da Câmara, declarou ser "urgente" a cassação de Brazão. — A imunidade parlamentar não pode se transformar em impunidade para lamentações — afirmou.

A Polícia Federal está cumprindo 12 mandados de busca e apreensão, todos autorizados pelo ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF). O delegado Giniton Lages, que chefiava a Delegacia de Homicídios na época dos crimes, também está sujeito a um mandado de busca.

"A ação conta ainda com o apoio da Secretaria de Estado de Polícia Civil do Rio de Janeiro e da Secretaria Nacional de Políticas Penais, do Ministério da Justiça e Segurança Pública, e tem como alvos os autores intelectuais dos crimes de homicídio, de acordo com a investigação. Também são apurados os crimes de organização criminosa e obstrução de justiça", informou a PF, em nota.

A operação "Murder Inc." ocorre menos de uma semana após o Supremo Tribunal Federal (STF) homologar a delação premiada firmada por Ronnie Lessa, a Polícia Federal e a Procuradoria-Geral da República. Lessa foi preso em março de 2019 pela participação nos crimes e é apontado, na delação de Élcio de Queiroz, também ex-policial militar, como autor dos disparos que mataram Marielle e o motorista. Lessa foi expulso da corporação e condenado em 2021 a quatro anos e meio de prisão pela ocultação das armas utilizadas no crime.

Os investigadores continuam trabalhando para identificar a motivação do crime, e uma das suspeitas é a expansão territorial da milícia no Rio.

Em nota, o Ministério Público do Rio de Janeiro afirmou que "a operação conjunta tem como alvos os autores intelectuais dos crimes de homicídio, de acordo com a investigação" e que "também são apurados os crimes de organização criminosa e obstrução de justiça".

A ministra da Igualdade Racial, Anielle Franco, irmã de Marielle Franco, compartilhou em suas redes sociais:

"Só deus sabe o quanto sonhamos com esse dia! Hoje é mais um grande passo para conseguirmos as respostas que tanto nos perguntamos nos últimos anos: quem mandou matar a Mari e por quê?Agradeço o empenho da PF, do gov federal, do MP federal e estadual e do ministro Alexandre de Moraes. Estamos mais perto da Justiça! Grande dia!".


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