O deputado federal Alexandre Ramagem (PL-RJ)
Divulgação: PF
O deputado federal Alexandre Ramagem (PL-RJ)

A Agência Brasileira de Informações (Abin) teria atuado para produzir provas em favor de dois dos filhos do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), segundo suspeita da Polícia Federal. A Abin teria sido usada para entregar informações  sobre adversários políticos de Jair Renan e Flávio Bolsonaro, informa a jornalista Daniella Lima, da GloboNews. 

Durante o governo Bolsonaro, a Abin foi liderada por  Alexandre Ramagem (PL-RJ), atualmente deputado federal e amigo da família do ex-presidente. Ramagem é suspeito de utilizar a agência para espionar adversários políticos. Ele foi alvo de buscas da Polícia Federal nesta quinta-feira (25).

Nesse mesmo período, o Ministério Público do Rio de Janeiro investigava Flávio Bolsonaro, filho mais velho do ex-presidente, por suspeita de desvio de dinheiro de funcionários de seu gabinete na Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro, durante seu mandato como deputado estadual de 2003 a 2018.

Em 2020, o MP denunciou Flávio à Justiça como chefe de uma organização criminosa que teria desviado R$ 6 milhões (em valores da época). Flávio sempre negou as acusações e, em 2021, obteve no Superior Tribunal de Justiça (STJ) a anulação de todas as decisões do juiz do caso.

No final desse mesmo ano, a Revista Época revelou documentos que sugeriam o uso da Abin para proteger Flávio no caso.

Segundo a Época, nesses documentos a Abin especifica a finalidade de "defender FB [Flávio Bolsonaro] no caso Alerj [Assembleia Legislativa do Estado do Rio de Janeiro]"; sugere a substituição dos "postos", em referência a servidores da Receita Federal; e traça uma "manobra tripla" para tentar conseguir os documentos buscados pela defesa do filho de Bolsonaro.

Jair Renan, por sua vez, está sob investigação da Polícia Civil do Distrito Federal por suspeita de estelionato, falsificação de documentos, sonegação fiscal, lavagem de dinheiro e associação criminosa. A investigação abrange a suspeita de envolvimento em práticas destinadas a isentar empresas de suas responsabilidades perante órgãos públicos e dívidas.

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