O afundamento do bairro de Mutange em Maceió está consolidado e, caso ocorra algum desabamento, será “localizado”, comunicou o Ministério de Minas e Energia neste domingo (3).
"Observa-se estabilização da situação, com redução do ritmo de subsidência do terreno e redução da probabilidade de deslocamentos de terra de larga escala", afirmou pasta em relatório divulgado na tarde de hoje.
Uma sala para monitorar a possibilidade de desabamento em Maceió foi criada. O grupo responsável pelo caso deve se encontrar novamente neste domingo para avaliar a situação emergencial provocada pela exploração de sal-gema pela Braskem.
Segundo a Defesa Civil da capital alagoana, o afundamento progressivo, que passou a ser monitorado no dia 28 de novembro por conta do risco de colapso, já chegou a 1,69 metro de profundidade.
Os técnicos do Serviço Geológico do Brasil disseram no sábado (2) que o desabamento tem chance de acontecer de maneira “localizada e não generalizada”, tendo baixa chance de contaminação da lagoa Mundaú.
Nas últimas 24 horas, a velocidade de descolamento do solo caiu, de acordo com o Ministério de Minas e Energia. O entendimento é que o sistema geológico está entrando em equilíbrio. Porém, a pasta entende que é preciso seguir realizando o monitoramento da região.
A situação levou 14 mil imóveis a serem evacuados em cinco bairros, prejudicando mais de 60 mil pessoas.
O prefeito de Maceió, João Henrique Caldas, acusou a Braskem de ser a responsável pelo problema. Ele acusou a empresa de fazer exploração predatória desde a década de 1970, quando o Brasil ainda vivia na ditadura militar.
O governante também apontou falta de fiscalização adequada por parte dos órgãos competentes como um fator contribuinte para a situação calamitosa.
O governador Paulo Dantas também expressou críticas contundentes à conduta da Braskem em entrevista à CNN, alinhando-se às crescentes preocupações sobre a gestão inadequada da mineração na região.