Prédio do Palácio da Justiça, na Esplanada dos Ministérios em Brasília.
Rafa Neddermeyer/Agência Brasil - 11.10.23
Prédio do Palácio da Justiça, na Esplanada dos Ministérios em Brasília.

Assessores do ministro da Justiça, Flávio Dino, receberam Luciane Barbosa Farias, esposa do narcotraficante Clemilson dos Santos Farias, no prédio do Ministério. 

Luciane é conhecida como “dama do tráfico amazonense” e já esteve em duas reuniões com secretários e diretores da pasta. 

Segundo apuração do Estadão, o Ministério da Justiça admitiu que Luciane foi recebida por secretários sob a justificativa de que ela integrava uma comitiva de advogados. Luciane participou da audiência como presidente da Associação Instituto Liberdade do Amazonas (ILA). A ONG atua em prol dos presos ligados ao Comando Vermelho e, de acordo com a Polícia Civil, é financiada pelo tráfico.

Clemilson, marido de Luciane, é considerado o criminoso mais procurado pela polícia do Amazonas. Conhecido como Tio Patinhas, o homem foi preso por associação ao tráfico e organização criminosa e por lavagem de dinheiro. Tanto ele quanto Luciane foram condenados em segunda instância.

A pena de Tio Patinhas é de 31 anos de prisão, já Luciane foi condenada a 10 anos de prisão e recorre em liberdade.

Confira a íntegra da nota divulgada pela pasta:

"No dia 16 de março, a Secretaria de Assuntos Legislativos (SAL) atendeu solicitação de agenda da ANACRIM (Associação Nacional da Advocacia Criminal), com a presença de várias advogadas.

A cidadã mencionada no pedido de nota não foi a requerente da audiência, e sim uma entidade de advogados. A presença de acompanhantes é de responsabilidade exclusiva da entidade requerente e das advogadas que se apresentaram como suas dirigentes.

Por não se tratar de assunto da pasta, a ANACRIM, que solicitou a agenda, foi orientada a pedir reunião na Secretaria Nacional de Políticas Penais (Senappen).

A agenda na Senappen e da ANACRIM aconteceu no dia 2 de maio, quando foram apresentadas reivindicações da ANACRIM.

Não houve qualquer outro andamento do tema.

Sobre atuação do Setor de Inteligência, era impossível a detecção prévia da situação de uma acompanhante, uma vez que a solicitante da audiência era uma entidades de advogados, e não a cidadã mencionada no pedido de nota.

Todas as pessoas que entram no MJSP passam por cadastro na recepção e detector de metais."

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