A operação da Polícia Federal (PF), deflagrada nesta quarta-feira (8) e batizada de Trapiche, não foi a primeira ligada ao grupo Hezbollah no Brasil. Em 2016, a operação Hashtag realizou prisões nos estados de Amazonas, Ceará, Paraíba, Goiás, Mato Grosso, Minas Gerais, Rio de Janeiro, São Paulo, Paraná e Rio Grande do Sul em 21 de julho de 2016.
Na época, o então ministro da Justiça, Alexandre de Moraes, informou que o serviço de inteligência do governo detectou que o grupo preso passou de simples comentários, via Telegram e Whatsapp, para, de fato, "atos preparatórios" de ataques.
De acordo com o ministro, integrantes do Hezbollah fizeram juramento de lealdade ao Estado Islâmico pela internet. Um deles teria entrado em contato com um site no Paraguai para comprar um fuzil AK 47.
“Houve um primeiro contato com o Estado Islâmico. Houve um juramento. Na sequência, houve uma série de atos preparatórios. Depois, esse grupo passou a entender que, com as Olimpíadas, o Brasil poderia se tornar um alvo” , relatou Moraes, em 2016.
Após as ameaças, o FBI (Polícia Federal americana), a CIA (o serviço de inteligência dos Estados Unidos) e Mossad (serviço secreto de Israel), além de agentes de mais de 50 países ajudaram o Brasil a monitorar a segurança dos Jogos Olímpicos.
Na época, os acusados responderam individualmente por violações aos artigos 3º e 5º da lei antiterror, que consideram crime a “promoção de organizações terroristas” e a realização de “atos preparatórios de terrorismo com o propósito inequívoco de consumar tal delito”.