O Ministério de Minas e Energia determinou que a Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) apure o atendimento previsto nos contratos de concessão das distribuidoras de energia envolvidas no apagão após as chuvas da última sexta-feira (3) no estado de São Paulo.
A pasta cobrou, em solicitação, a fiscalização para as devidas aplicações de multas, caso alguma cláusula tenha sido descumprida. De acordo com o ministério, o apagão em diversas regiões do estado foi agravado pela falta de políticas públicas preventivas para suportar grandes eventos naturais.
"As enchentes já são conhecidas em todo o estado, por sua falta de infraestrutura de drenagem, e, agora, a população está diante de um segundo problema, que demonstra a ausência de política pública adequada, com a grande quantidade de queda de árvores na rede elétrica", afirmou a pasta.
O governo ainda disse que vai manter a atuação para investigar os responsáveis pelo apagão, que ainda deixa cerca de 107 mil clientes sem energia nesta quarta-feira (8). Deste número, 30.200 estão sem luz desde sexta-feira (3), quando a capital e a região metropolitana foram atingidas por fortes chuvas.
"O caos urbano encontrado até o momento tem dificultado a atuação das equipes, que enfrentam problemas de acesso a localidades afetadas", afirmou.
Segundo o ministério, as privatizações que foram feitas no setor elétrico pelos governos anteriores foram promovidas de "maneira negligente". "O que colhemos hoje é fruto de uma política irresponsável e equivocada com os brasileiros", afirmou a pasta.
A Enel havia informado anteriormente que o prazo máximo para o restabelecimento de energia era até essa terça (7), mas a previsão foi descumprida e muitas famílias continuam sem energia elétrica ainda hoje.
A falta de luz impactou a capital paulista e outros 23 municípios da região metropolitana. Além do apagão, a tempestade de sexta deixou oito mortos em São Paulo.