O ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) disse nesta sexta-feira (3) que o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Alexandre de Moraes, quer alijá-lo da política brasileira e "no momento", está se sagrando vencedor.
Bolsonaro disse ainda que "está vendo" a melhor estratégia para recorrer da decisão que o tronou inelegível pela segunda vez no TSE (Tribunal Superior Eleitoral) na última terça-feira (31).
A primeira condenação se deu em junho por abuso de poder político e uso indevido dos meios de comunicação. Já a última, em outubro, foi por abuso de poder no Bicentenário da Independência. Também há multa de R$ 425,6 mil.
"É o que eu costumo dizer: você briga em casa com sua esposa e vai recorrer para a sogra? A gente está vendo qual a estratégia nossa, se bem que não tem estratégia. Estratégia é o que o Alexandre de Moraes quer. E a gente sabe o que ele quer. É me alijar da política", afirmou o ex-presidente, em Santos (SP), após pergunta de jornalista da Folha de São Paulo.
Bolsonaro ainda disse que "no momento ele [Moraes] está tendo vitória, mas tudo nessa vida é dinâmico".
Além de ministro do STF, Moraes também é presidente do TSE e relator de inquéritos que têm Bolsonaro e seus aliados na mira, como o que apura se Bolsonaro tem responsabilidade nos atos golpistas de oito de janeiro.
Bolsonaro também é acusado de outros nove crimes, entre eles, utilização de viagens internacionais com finalidade eleitoral e até desinformação e ataques ao sistema de votação.
O ex-presidente, que tem 68 anos, somente estará apto a se candidatar novamente em 2030, aos 75 anos de idade. Enquanto isso, tenta emplacar seus familiares e aliados em outras áreas da política.
Braga Netto, que fica inelegível até 2030, disse ainda na quarta-feira (1) que recorrerá da decisão.