O instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) divulgou nesta sexta-feira (27) os resultados sobre idade e sexo obtidos a partir do Censo 2022. Os dados mostram que a população brasileira está mais velha, mais feminina e chegou a 203.080.756 habitantes.
Em 2022, o total de pessoas com 65 anos ou mais no país (22.169.101) chegou a 10,9% da população, com alta de 57,4% em comparação a 2010, quando esse número era de 14.081.477, ou 7,4%.
O aumento da população de 65 anos ou mais em conjunto com a diminuição da parcela da população de até 14 anos no mesmo período, que passou de 24,1% para 19,8%, evidenciam o envelhecimento contínuo da população brasileira.
“Ao longo do tempo a base da pirâmide etária foi se estreitando devido à redução da fecundidade e dos nascimentos. Essa mudança no formato da pirâmide etária passa a ser visível a partir dos anos 1990 e a pirâmide etária do Brasil perde, claramente, seu formato piramidal a partir de 2000. O que se observa ao longo dos anos, é redução da população jovem, com aumento da população em idade adulta e também do topo da pirâmide até 2022”, analisa a gerente de Estudos e Análises da Dinâmica Demográfica do IBGE, Izabel Marri.
Idade média subiu para 35 anos
A idade média da população é um indicador usado para mostrar a divisão entr os 50% mais jovens e os 50% mais velhos.
No Brasil, de 2010 para 2022, a idade média subiu de 29 anos para 35 anos, evidenciando o envelhecimento da população. No mesmo período, esse indicador aumentou nas cinco grandes regiões: Norte, de 24 para 29 anos; Nordeste, de 27 para 33 anos; Sudeste, de 31 para 37 anos; Sul, de 31 para 36 anos e Centro-Oeste, de 28 para 33 anos.
“Quando olhamos para os estados do país, não só a queda da fecundidade altera a idade média, mas há um efeito também de migração, com o recebimento de pessoas de um determinado grupo etário em certos estados, principalmente dos jovens adultos, assim como naqueles estados de onde os migrantes saem. Esses fatores também impactam e ajudam a entender a idade mediana observada nas UFs e nos municípios”, explica Izabel.
Brasil tem 6,0 milhões de mulheres a mais do que homens
Além de mais velha, a população brasileira está mais feminina. Do total de residentes no país, 51,5% (104.548.325) eram mulheres em 2022 e 48,5% (98.532.431) homens, ou seja, havia cerca de 6,0 milhões de mulheres a mais do que homens em 2022.
A razão de sexo, número de homens em relação ao grupo de 100 mulheres, foi de 94,2. Isso mostra que a tendência histórica de predominância feminina na composição por sexo da população se acentuou: em 1980, eram 98,7 homens para cada 100 mulheres; em 2010, 96,0.
“Isso está relacionado com a maior mortalidade dos homens em todos os grupos etários: desde bebê até as idades mais longevas, a mortalidade dos homens é maior. Com envelhecimento populacional, a redução de jovens de 0 a 14 anos e o inchaço da população mais idosa há um aumento da proporção de mulheres, já que elas sobrevivem mais em relação aos homens”, explica a gerente do IBGE.