Em coletiva de imprensa na manhã desta terça-feira (24), o governador do Rio de Janeiro, Cláudio Castro (PL), disse que milicianos de ao menos 12 estados estão alocados no estado, o que mostra, segundo ele, que o problema da violência não é somente do Rio, mas sim do Brasil. A declaração se deu após os ataques que deixaram ao menos 35 ônibus queimados no Rio.
"Está muito claro que esse não é mais um problema do Rio de Janeiro. Esse é um problema do Brasil. Não são mais organizações criminosas pontuais que estão aqui ou ali. Hoje são verdadeiras máfias que estão alastradas pelo Brasil inteiro. Rio de Janeiro, São Paulo, Bahia, Rio Grande do Norte, a gente está vendo isso se alastrar a cada dia", afirmou a jornalistas.
De acordo com ele, seis das doze pessoas que foram detidas ontem pelos ataques continuam presas e vão ser indiciadas por terrorismo. As outras seis foram liberadas por falta de provas.
"Estes criminosos estão presos por ações terroristas. E por isso estão sendo encaminhados imediatamente para presídios federais. Porque são locais de terroristas. Nossas forças de segurança estão unidas e ativas. A população pode dar um voto de confiança. Porque essa luta é para libertar a população das facções que tentam tomar o poder do Rio de Janeiro", disse ainda nessa segunda.
Hoje, segundo Castro, outras duas pessoas foram detidas por suspeita de envolvimento na série de ataques a ônibus na Zona Oeste da cidade.
Na ocasião, ele ainda disse que as autoridades "chegaram muito perto" de prender o miliciano conhecido como "Zinho", apontado como um dos responsáveis por ordenar os incêndios aos ônibus. A prisão do miliciano é uma das prioridades das autoridades.
De acordo com o governador, a maior parte da energia elétrica foi restabelecida e 80% da frota de ônibus da cidade já voltou a funcionar normalmente, assim como a operação dos trens.
"Orientação é ter toda a força do Rio de Janeiro nas ruas", disse Castro, que citou a mobilização de blindados, helicópteros, viaturas e drones "em alerta máximo".
Sobre uma nova intervenção federal no estado, Castro negou e disse que "não vê o porquê", já que dialoga com o Ministério da Justiça e Segurança Pública, liderado por Flávio Dino. Ele também afirmou que considera a polícia preparada para lidar com a situação.
À imprensa, Castro também disse que as ações de ontem mostram "um desespero" por parte da milícia.
"Ou a gente endurece a legislação, como outros locais do mundo fizeram, ou a gente vai ter essa mistura de México com Colômbia que está se tornando a segurança pública", afirmou Castro, dizendo ter marcado uma reunião com os presidentes da Câmara e do Senado, Arthur Lira e Rodrigo Pacheco, para discutir o legislativo.