20 militares do exército são investigados por furto de armas em SP

Armas com potencial para derrubar aeronaves seriam negociadas com facções criminosas no Rio e em São Paulo

Metralhadoras foram encontradas em São Roque, no interior de São Paulo
Foto: Divulgação/Polícia Civil de SP
Metralhadoras foram encontradas em São Roque, no interior de São Paulo

Vinte militares estão sendo investigados por participação no  furto de 21 metralhadoras do quartel de Barueri na Grande São Paulo. Sete militares teriam participação direta no caso. 

O general Maurício Vieira Gama, chefe do Comando Militar do Sudeste, declarou em entrevista ao G1 que os militares estão respondendo inquérito disciplinar. A ausência das armas no Arsenal de Guerra foi percebida no dia 10 de outubro durante inspeção.

Segundo o general, os militares estão respondendo na esfera disciplinar pelo negligenciamento na conferência, na fiscalização e na gerência do controle do armamento. Porém, eles ainda podem responder na esfera criminal por participação direta ou indireta no furto do armamento.

A apuração do G1 afirma que do grupo de 20 militares , sete estão impedidos de sair do Arsenal de Guerra desde o dia em que o Exército detectou a ausência das armas. Três desses seriam os responsáveis diretos. Segundo o portal, um deles teria aberto o paiol, outro pegado as armas e o terceiro teria realizado o transporte para fora do quartel, em um caminhão militar.

A pena para os militares com participação direta no ocorrido pode chegar até a expulsão , enquanto os envolvidos indiretamente podem receber penas administrativas como prisão temporária por 30 dias . A investigação já ouviu cerca de 50 militares , mas nem todos estão sendo investigados.

Foto: Foto: Divulgação/Polícia Civil - 21/10/2023
Polícia acha armas que foram furtadas

O Exército segue a linha de que 13 metralhadoras de calibre .50 e oito metralhadoras 7.62 tenham sido furtadas durante o feriado de 7 de Setembro. A investigação já obteve a gravação das câmeras de segurança do quartel.

Segundo o Instituto Sou da Paz, as 21 metralhadoras furtadas do quartel em Barueri representam o maior desvio de armas da história do Exército brasileiro desde 2009, quando sete fuzis foram roubados e depois recuperados pela polícia de um batalhão em Caçapava, interior de São Paulo. Suspeitos foram presos à época, entre eles um militar.

Das 21 armas, 17 já foram recuperadas . As primeiras armas foram encontradas no Rio de Janeiro , possivelmente abandonadas por criminosos. Na madrugada deste sábado (21), na cidade de São Roque, a Polícia Civil de São Paulo encontrou mais cinco metralhadoras .50 e mais quatro de calibre 7.62 . Ao chegar no local onde estavam as armas, a viatura policial foi recebida com tiros, três deles acertaram o veículo, mas ninguém se feriu. Os criminosos conseguiram fugir.

Quatro metralhadoras de calibre .50, que possuem poder para derrubar aeronaves ainda estão desaparecidas.

As investigações apontam que as armas seriam repassadas para facções criminosas como o Primeiro Comando da Capital (PCC) em São Paulo e o Comando Vermelho (CV) no Rio de Janeiro.