O Comando Militar do Sudeste (CMSE), localizado em Barueri - SP, informou nesta quinta-feira (19) que o número de militares aquartelados - retidos no quartel - para investigar o possível roubo de metralhadoras permanece em 160 pessoas. Até agora, nenhum suspeito foi preso.
“O Comando Militar do Sudeste (CMSE) informa que, no dia 17 de outubro de 2023, o Arsenal de Guerra de São Paulo (AGSP) passou da situação do estado de prontidão para sobreaviso, o que significa uma redução do efetivo da tropa aquartelada. A investigação segue em curso e está sob sigilo. Temos total interesse em informar e enviaremos as atualizações do caso quando for oportuno”, declarou o CMSE por meio de nota.
O armamento que sumiu, de acordo com o Comando Militar, não tinha condições adequadas de utilização e estava em “uma unidade técnica de manutenção, responsável também por iniciar o processo de desfazimento e destruição dos armamentos que tenham sua reparação inviabilizada”.
“No dia 10 de outubro de 2023, em uma inspeção do Arsenal de Guerra de São Paulo, foi verificada uma discrepância no controle de 13 (treze) metralhadoras calibre.50 e 8 (oito) de calibre 7,62, armamentos inservíveis que foram recolhidos para manutenção. Imediatamente, foram tomadas todas as providências administrativas com o objetivo de apurar as circunstâncias do fato, sendo instaurado um Inquérito Policial Militar (IPM)”, informou o CMSE.
Uma das hipóteses de investigação do Exército avalia a possível participação de três militares no desaparecimento do armamento de uso exclusivo a pedido de facções criminosas, para usá-las em roubos a carros-fortes e bancos praticados em cidades pequenas que têm pouco efetivo policial; e se o suposto furto teria sido cometido no feriado de 7 de setembro.
Por sua vez, o secretário de Segurança do Estado de São Paulo, Guilherme Derrite, trata o caso como furto, e fala em “evitar as consequências catastróficas que isso pode gerar a favor do crime e contra a segurança da população”.
A princípio, 480 militares (soldados, cabos, sargentos, tenentes, capitães, majores e até coronéis) foram aquartelados e estão sendo liberados aos poucos conforme novas informações são obtidas.
Até o momento, 50 militares prestaram depoimento . As famílias, no entanto, alegam que ao contrário do que declara o Exército, os militares não estão “retidos”, mas sim detidos no quartel.
Os parentes relatam dificuldades para manter contato com os militares, pois os celulares deles foram apreendidos e a comunicação com a família está restrita a 10 minutos por dia, na porta do Arsenal de Guerra. Já o Exército alega que cinco telefones fixos foram disponibilizados para o contato dos militares retidos com suas famílias.