Laudos indicam que médicos executados no Rio levaram 19 tiros

Informações são dos laudos do Instituto Médico Legal

Foto: Três médicos foram assassinados a tiros em um quiosque na orla da Barra da Tijuca, bairro da Zona Oeste do Rio de Janeiro.
Três médicos foram assassinados a tiros em um quiosque na orla da Barra da Tijuca, bairro da Zona Oeste do Rio de Janeiro.


O IML (Instituto Médico Legal) do Rio de Janeiro concluiu nesta sexta-feira (6) a perícia nos corpos dos três médicos ortopedistas assassinados na madrugada de quinta (5), enquanto participavam do 6º Congresso Internacional de Cirurgia Minimamente Invasiva do Pé e Tornozelo. As vítimas foram alvo de um ataque a tiros.

O crime, ocorrido na orla da Barra da Tijuca, vitimou Diego Ralf de Souza Bomfim, Perseu Ribeiro Almeida e Marcos de Andrade Corsato e deixou o médico Daniel Sonnewend Proença gravemente ferido.

Os resultados da análise mostram que Diego, de 35 anos, irmão da deputada federal Sâmia Bomfim, foi atingido por oito tiros, incluindo dois nas costas, ombro posterior direito, punho direito, coxa direita, lateral direita, peito direito e trapézio direito. Ele chegou a ser socorrido, mas faleceu no hospital.

Perseu Ribeiro Almeida, de 33 anos, levou cinco tiros, com disparos de raspão na mão esquerda e braço direito, e outros três tiros atingindo a mão direita, a escápula direita (com saída no lado direito do peito) e a lombar (lado direito). Ele morreu instantaneamente.

Marcos de Andrade Corsato, de 62 anos, foi alvo de seis tiros, incluindo dois na cabeça, um na nuca, um nas costas, um no braço esquerdo e um na barriga. Ele também faleceu no local.

O médico Daniel Sonnewend Proença, de 32 anos, é a única vítima sobrevivente dos disparos e está internado em um hospital na Zona Oeste do Rio. Seu estado é considerado estável, apesar de ter sido atingido por 14 disparos, sendo dois de raspão.

O contexto do crime revela que os médicos foram vítimas de uma trágica confusão. Traficantes buscavam assassinar o miliciano Taillon de Alcântara Pereira Barbosa, filho de um importante líder da milícia que atua na Zona Oeste do Rio.

Um olheiro confundiu o médico Perseu com Taillon, o alvo original. Os primeiros tiros não foram fatais, atingindo a mão esquerda, o braço direito e a mão direita de Perseu.

Após os primeiros disparos, Perseu buscou abrigo nos fundos do quiosque, chegando a derrubar cadeiras para se proteger. No entanto, ele foi perseguido e alvejado por mais dois tiros fatais: um na escápula direita (com saída no lado direito do peito) e outro na lombar (lado direito).

A causa da morte de Perseu foi hemorragia interna devido a lesões no pulmão esquerdo, aorta torácica e fígado, causadas pelo tiro na parte lombar.


O ataque ocorreu por volta de 0h59, quando um carro branco parou em frente ao Hotel Windsor, na Avenida Lúcio Costa, onde os médicos estavam hospedados para o congresso.

Três homens armados desceram do veículo e abriram fogo contra os médicos, realizando pelo menos 20 disparos. Um dos criminosos retornou para atirar novamente em um dos médicos que buscava refúgio atrás do quiosque.