A irmã da deputada Sâmia Bomfim fez um apelo nesta sexta-feira (6), um dia após seu irmão ser assassinado no Rio de Janeiro , para que a morte não seja politizada. O corpo do médico Diego Bomfim está sendo velado, na região central de Presidente Prudente (a 558 km de São Paulo).
"Eu peço, se há um pingo de humanidade, não misturarem política, não façam comentários maldosos", disse Dayane Bomfim à Folha de São Paulo. "Pelo amor de Deus, coloquem-se no lugar da minha família, não espalhem fake news."
A família chegou ao velório por volta das 9h30. O enterro está previsto para a manhã de sábado (7).
Diego é um dos três ortopedistas mortos nesta quinta-feira (6) na orla da praia da Barra da Tijuca. A principal linha de investigação aponta que um dos médicos teria sido confundido com um miliciano.
"Ele era só alegria, eu só estou recebendo elogios", disse a mãe Antônia Cavalcante de Souza, de 62 anos.
Desde a tragédia, a família vem sendo alvo de notícias falsas e mensagens de ódio. Segundo Antônia, eles vêm recebendo ameaças constantes pela atuação política da filha.
"É muito ódio, as pessoas precisam voltar à realidade. Nós somos uma família simples, o Diego fez faculdade financiada pelo Fies [programa de financiamento do governo federal]", comentou Antônia.
O deputado federal e ex-ministro Orlando Silva (PCdoB), a deputada estadual paulista Mônica Seixas e a vereadora paulistana Luana Alves, ambas do PSOL, estiveram presentes no velório.
O corpo de Diego chegou no aeroporto na manhã de hoje e foi recebido por Sâmia. Os bombeiros do RJ fizeram o transporte.
Na quinta, a parlamentar fez um agradecimento público pelas mensagens de carinho que recebeu após o assassinato do irmão. Ela também pediu que as autoridades atuem com celeridade na investigação do caso.
"Eu e minha família agradecemos por todas as mensagens de solidariedade. Expresso também nossas condolências aos familiares de Marcos e Perseu. Meu irmão era um homem incrível, carinhoso, alegre, nosso orgulho. Que haja celeridade e seriedade na investigação. Estamos destroçados", escreveu nas suas redes sociais.
Também morreram no ataque os médicos Marcos de Andrade Corsato, 62, e Perseu Ribeiro Almeida, 33. Único sobrevivente, Daniel Sonnewend Proença, 32, está internado.