Uso de câmeras acopladas aos uniformes de policiais militares do estado de São Paulo para registro das suas ações, implementadas em 18 unidades, ajudou a reduzir violência policial
Rovena Rosa/Agência Brasil - 28/04/2022
Uso de câmeras acopladas aos uniformes de policiais militares do estado de São Paulo para registro das suas ações, implementadas em 18 unidades, ajudou a reduzir violência policial


Atendendo a um pedido da gestão do governador Tarcísio de Freitas (Republicanos), o presidente do Tribunal de Justiça de São Paulo, desembargador Ricardo Anafe, derrubou uma decisão liminar que obrigava o uso de câmeras corporais por policiais militares em todas as operações que respondessem a ataques criminosos contra membros da corporação. 

O desembargador acatou o argumento de que o uso das câmeras gera custo e representa um risco à integridade dos policiais. Para o desembargador, criminosos podem se sentir seguros para fazer mais ataques se souberem que não haverá uma operação policial em seguida por falta de câmeras.

"Caso mantida a decisão, por serem as operações 'Escudo' muitas vezes realizadas em regime de urgência, sem tempo necessário para o deslocamento de forças policiais ou câmeras para áreas distantes, as regiões do Estado que hoje não contam com Unidades da Polícia Militar que possuam COPs [câmeras operacionais portáteis], ficariam sem poder receber o apoio de operações", escreveu Anafe.

No mesmo dia em que derrubou a liminar, o presidente do TJ participou de uma formatura de oficiais da PM que contou com a presença do secretário estadual de Segurança Pública, Guilherme Derrite, e do comandante-geral da Polícia Militar de São Paulo, coronel Cássio Araújo de Freitas.



A chamada Operação Escudo foi iniciada em julho deste ano, após a morte do policial Patrick Reis, que teve como resultado 28 pessoas mortas por tiros disparados pela polícia na Baixada Santista.

Diante de indícios de violência excessiva cometida pelos policiais, a Defensoria Pública do estado de São Paulo e a ONG Conectas Direitos Humanos entraram com a ação que pedia o uso obrigatório das câmeras corporais.

Segundo o Ministério Público de São Paulo, imagens de câmeras corporais de policiais militares enviadas pela PM mostraram registros de confrontos entre a polícia e criminosos em apenas 3 dos 16 casos em que houve morte durante a operação na Baixada Santista.

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