Aprovação ou reprovação variou de acordo com a posição política e renda dos entrevistados
Reprodução: Flipar
Aprovação ou reprovação variou de acordo com a posição política e renda dos entrevistados

Uma pesquisa do Datafolha abordou a opinião dos pesquisados sobre temas relacionados à maconha. De acordo com o estudo, 72% dos brasileiros são contra o uso recreativo da erva e 23% são a favor, sendo que os outros 5% são indiferentes ou não conhecem o assunto.

Na prática, o número é um belo aumento face os 66% de pesquisados que se mostraram contrários ao uso recreativo no último estudo, realizado em 2018.

Por outro lado, na pesquisa divulgada hoje, os que são favoráveis ao uso medicinal da maconha foram no caminho contrário e chegaram a 76% de aprovação, 26% contra, 1% indiferentes e, para completar, 2% não têm opinião formada sobre o assunto. 

A pesquisa entrevistou 2.016 pessoas distribuídas em 139 municípios do país, nos dias 12 e 13 de setembro deste ano, sendo que apenas maiores de 16 anos foram abordados. De acordo com o Datafolha, a margem de erro é de dois pontos percentuais. 

Na amostragem do instituto, apenas 1% dos pesquisados afirmou que está usando maconha medicinal. Ainda de acordo com o estudo, 67% dos entrevistados é a favor do plantio de mudas para extração de remédios. 

Vale lembrar que o uso deste tipo de medicação está liberado no país desde 2018, no entanto, o plantio continua a ser ilegal. Algumas decisões judiciais, especialmente feitas pelo Superior Tribunal de Justiça (STJ), liberaram o plantio sob pedido de organizações e afins.

Julgamento da posse em andamento no STF

Quando foram informados que o Supremo Tribunal Federal (STF) está julgando um precedente que pode descriminalizar a posse de quantidades pequenas da erva , 61% afirmaram que são contrários à medida e somente 36% apoiam a iniciativa. 

Dos 11 ministros do tribunal, cinco votos favoráveis já haviam sido computados, mas o julgamento foi paralisado há cerca de um mês - ele já havia sido pausado desde 2015. Por ora, apenas Zanin votou contra . O pedido de vista do ministro André Mendonça pausou o processo. 

Apenas um voto já garantirá a descriminalização da posse de pequenas quantidades, critério que ainda não foi definido e que varia de acordo com a posição de alguns ministros. 

Opiniões variam de acordo com renda e perfil

Ainda de acordo com o Datafolha, só os brasileiros com renda superior a dez salários mínimos apoiam a descriminalização da posse, com 55% de aprovação. Os jovens de 16 a 24 anos chegaram a 50% de concordância. 

Já os entrevistados que têm renda inferior a dois salários mínimos vão no caminho contrário. Entre eles, apenas 32% são a favor da medida, enquanto os evangélicos pontuam ainda mais baixo: somente 27%. 

O instituto avaliou ainda as opiniões de acordo com a posição política e ideologia declarada pelos entrevistados. Dos eleitores do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), 45% são a favor de descriminalizar pequenas quantidades, sendo 52% contrários, enquanto os eleitores de Jair Bolsonaro (PL) contabilizaram apenas 23% de aprovação e maciços 75% de reprovação. 

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