Na ONU, Bolsonaro fez campanha e mentiu sobre Covid e clima; relembre

Por tradição, Brasil é o primeiro a discursar na assembleia geral das Nações Unidas

Presidente Jair Bolsonaro discursa na Assembleia Geral da ONU
Foto: Reprodução / ONU - 20.09.2022
Presidente Jair Bolsonaro discursa na Assembleia Geral da ONU

Ocorre nesta terça-feira (19) o primeiro dia da  Assembleia Geral das Nações Unidas e, por tradição, o presidente do Brasil é sempre o primeiro a discursar. Nos últimos quatro anos, o ex-presidente Jair Bolsonaro aproveitou a ocasião para mentir sobre dados da pandemia de Covid-19 no país, além de fazer campanha eleitoral, isolando o Brasil entre os membros da entidade. 

Em 2019, seu primeiro ano no evento, Bolsonaro discursou alegando que teria "salvado o país do socialismo". Entretanto, o ponto que chamou a atenção da comunidade internacional foi o negacionismo ambiental.

"Uma falácia dizer que a Amazônia é patrimônio da Humanidade e um equívoco, como atestam os cientistas, afirmar que a nossa floresta é o pulmão do mundo", disse Bolsonaro, sem provas e contrariando o consenso global.

Em 2020, já com a pandemia de Covid-19 em curso, o evento ocorreu de forma virtual. Na ocasião, Bolsonaro voltou a mentir sobre dados climáticos e afirmou ser "vítima" de uma campanha "brutal" de desinformação sobre a Amazônia e o Pantanal. 

No discurso, ele negou que a floresta amazônica sofra com incêndios por ser úmida e culpou "índios e caboclos" por atear fogo nas bordas.

Em 2021 a assembleia voltou para Nova York e Bolsonaro seguiu com mentiras no discurso, entre elas, quanto à pandemia de Covid-19. Ele defendeu o "tratamento precoce", sem comprovação científica e criticou a exigência de vacinação. 

"Desde o início da pandemia, apoiamos a autonomia do médico na busca do tratamento precoce, seguindo recomendação do nosso Conselho Federal de Medicina. Eu mesmo fui um desses que fez tratamento inicial. Respeitamos a relação médico-paciente na decisão da medicação a ser utilizada e no seu uso off-label", disse.

No ano passado, mais perto das eleições, Bolsonaro fez da assembleia um palanque eleitoral e atacou seu então oponente na disputa, o petista Luiz Inácio Lula da Silva.

"No meu governo, extirpamos a corrupção sistêmica que existia no país. Somente entre o período de 2003 e 2015, onde a esquerda presidiu o Brasil, o endividamento da Petrobras por má gestão, loteamento político e em desvios chegou a casa dos US$ 170 bilhões de dólares. O responsável por isso foi condenado em três instâncias por unanimidade. Delatores devolveram US$ 1 bilhão de dólares e pagamos para a bolsa americana outro bilhão por perdas de seus acionistas", afirmou.