Bernadete Pacífico, líder quilombola, foi assassinada a tiros na noite dessa quinta-feira (17)
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Bernadete Pacífico, líder quilombola, foi assassinada a tiros na noite dessa quinta-feira (17)

Três pessoas foram presos na Bahia, suspeitos de envolvimento na morte da líder quilombola e ialorixá, Mãe Bernadete Pacífico, ocorrida em 17 de agosto, no Quilombo Pitanga dos Palmares , em Simões Filho, Região Metropolitana de Salvador .

O anúncio das prisões foi feito pelo secretário Marcelo Werner em coletiva da Secretaria de Segurança Pública do estado, que contou com a presença da delegada-geral da Polícia Civil, Heloísa Brito, e da diretora-geral do Departamento de Polícia Técnica, perita criminal Ana Cecília Bandeira.

De acordo com a Secretaria de Segurança Pública, os detidos têm diferentes papéis no crime:

  • 1. Um suspeito é apontado como um dos executores do assassinato.
  • 2. Outro suspeito está detido por guardar as armas utilizadas no crime e também preso por porte ilegal de arma de fogo.
  • 3. Um terceiro suspeito est´preso por receptação dos celulares da líder quilombola e de seus familiares, que foram roubados durante o homicídio.

O primeiro suspeito foi detido por mandado de prisão em 25 de agosto, em Simões Filho, sob suspeita de receptação dos celulares roubados. Já o segundo suspeito teve seu mandado de prisão cumprido em 1º de setembro, na cidade de Araçás, a 105 km de Salvador, e confessou ter sido o executor do crime.

As investigações também levaram à apreensão de duas pistolas, supostamente utilizadas no assassinato de Mãe Bernadete, em uma oficina mecânica na comunidade de Pitanga de Palmares, zona rural de Simões Filho. O mecânico que guardava as armas foi autuado em flagrante por porte ilegal de arma de fogo.

Segundo a Secretaria de Segurança Pública, as duas armas apreendidas são compatíveis com os projéteis encontrados no local do crime. No entanto, será realizada uma perícia adicional nas armas para confirmar seu uso no homicídio.

As investigações revelaram que os suspeitos são membros de um grupo criminoso envolvido em tráfico de drogas e homicídios na região. A motivação específica do crime ainda não foi confirmada, e as autoridades continuam a investigar o caso, recebendo informações por meio de denúncias anônimas.

Até o momento, 64 pessoas prestaram depoimentos, incluindo familiares, testemunhas e os três suspeitos detidos. O Ministério Público, por meio do Grupo de Atuação Especial de Repressão ao Crime Organizado (GAECO), e o Poder Judiciário da Bahia também estão envolvidos no caso.

A família de Mãe Bernadete planeja uma entrevista à imprensa para comentar os recentes desenvolvimentos do caso. O crime e a morte do filho de Mãe Bernadete, ocorrida em 2017, estão sendo acompanhados pelo Observatório das Causas de Grande Repercussão, formado pelo Conselho Nacional de Justiça (CNJ) e pelo Conselho Nacional do Ministério Público (CNMP).

A líder quilombola estava sob proteção da Polícia Militar e fazia parte do Programa de Proteção aos Defensores de Direitos Humanos (PPDDH) após a morte de seu filho.

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