Seria mais duro do que fui na repressão dos atos golpistas, diz G Dias

O ex-GSI alega que recebeu informações divergentes sobre o que acontecia em Brasília, e 'faria diferente' se soubesse da real situação

Foto: Lula Marques/ Agência Brasil - 01/08/2023
Ex-ministro do GSI Gonçalves Dias


O general Gonçalves Dias, ex-ministro do Gabinete Institucional de Segurança (GSI), depõe nesta quinta-feira (31) à Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) que investiga os  atos antidemocráticos do 8 de janeiro, registrados em Brasília.

Ele afirma ter recebido informações divergentes de pessoas que trabalhavam com ele no planejamento da segurança na manhã do dia 8 de janeiro, e que teria agido diferente se tivesse sabido do que efetivamente estava acontecendo. 

"Tendo conhecimento agora das sequências dos fatos, também da ineficiência dos agentes que atuavam na execução do Plano Escudo, seria mais duro do que fui na repressão. Faria diferente, embora tenha plena certeza de que envidei todos os esforços e ações", disse G Dias (como ele é mais conhecido).



Ele também afirmou que, mais tarde, viu os manifestantes chegando ao Planalto e rompendo o bloqueio policial com muita facilidade. 

"Assisti o último bloqueio da PMDF ser facilmente rompido antes que vândalos chegassem ao Planalto. Aquilo não poderia ter acontecido, só aconteceu porque o bloqueio da PMDF foi extremamente permeável", afirmou o general.

Principal alvo da oposição bolsonarista da comissão, G. Dias, como ele é mais conhecido, foi indicado e posteriormente demitido pelo presidente Lula (PT) em abril, após a revelação de imagens de câmeras de segurança em que ele apareceu com uma postura aparentemente passiva ao lado dos vândalos no dia dos ataques golpistas às sedes dos três Poderes.