A sindicância do Gabinete de Segurança Institucional (GSI) sobre os ataques aos prédios dos Três Poderes, em Brasília, em 8 de janeiro, indicou que a falha na comunicação foi um dos fatores que prejudicaram a tomada de ação contra os manifestantes. A sindicância também pediu abertura de uma investigação interna contra dois militares.
A investigação administrativa interna do GSI começou em 31 de janeiro e foi finalizada em 6 de junho. Nisso, a sindicância concluiu que as deficiências no fluxo e na qualidade de informações de inteligência "constituíram fator determinante para o dimensionamento insuficiente das equipes de segurança presentes no Palácio do Planalto".
Conforme o documento, o GSI não foi alertado sobre a dimensão dos atos golpistas, informou o g1 . Também não houve o envio de nenhum informe oficial. Além disso, o aplicativo da Abin, o Radar, que poderia ter sido usado para repassar informações de inteligência com segurança, não estava funcionando desde o ano passado.
Ainda, o grupo de mensagens da Secretaria de Segurança do DF que informava os órgãos federais e locais havia sido recriado em 7 de janeiro, no entanto, tinha somente o tenente-coronel da PM, Jáder Silva dos Santos, como representante do GSI e ele estava de folga desde o fim do ano. À sindicância, Santos disse que só percebeu que fazia parte do grupo durante os ataques.
Mesmo assim, a sindicância sugeriu uma investigação contra ele, justificando que ele estar de folga não o impedia de alertar as autoridades, além da abertura de um procedimento acusatório contra o então chefe da Coordenadoria de Avaliação de Risco, coronel Alexandre Santos de Amorim, por considerar que ele deveria ter alertado sobre a gravidade da situação.
O ex-ministro do GSI, Gonçalves Dias, foi inocentado de responsabilidades pela investigação administrativa.