A Vale do Rio Doce virou ré em uma ação coletiva, que soma cerca de R$ 230 bilhões, movida na Justiça do Reino Unido. A ação está relacionada ao rompimento da barragem de Fundão, em Mariana (MG), ocorrido em 2015, e visa a indenização das vítimas da tragédia que deixou 19 mortos, além da devastação de uma extensão ao longo do Rio Doce. A informação foi divulgada pelo jornal Valor Econômico.
Com isso, a empresa tem até o dia 10 de novembro para apresentar uma defesa, além de poder recorrer sobre a decisão. O pedido de inclusão foi feito pela BHP Billiton, que era a única ré no caso até o momento. A empresa não emitiu nenhum comunicado sobre a medida.
Até o momento, o ju lgamento está marcado para outubro de 2024. Inicialmente ele aconteceria em abril do próximo ano, mas foi adiado a pedido da mineradora anglo-australiana. Ela pediu que o prazo adicional fosse dado com o objetivo de preparar a defesa, além de incluir a Vale como uma das proprietárias da barragem.
Cerca de 720 mil pessoas participam da ação coletiva no Reino Unido, sendo a maior ação coletiva feita no país. Dentre os envolvidos estão indígenas krenak, 46 municípios, milhares de empresas e povos indígenas protegidos.
A mineradora anglo-australiana nega qualquer acusação apresentada à Justiça do Reino Unido, e afirma que continuará se defendendo. Segundo eles, já foram desembolsados R$ 29 bilhões para que fossem feitos reparos, além do pagamento de indenizações através do Fundo Renova. Com isso, eles alegam que a ação é desnecessária, uma vez que as questões também estão sendo tratadas pela Justiça brasileira.
O rompimento da barragem de Mariana ocorreu no dia 5 de novembro de 2015, e liberou cerca de 40 milhões de metros cúbicos de rejeitos minerais — material altamente poluente. Eles percorreram cerca de 650 km até desaguar no Atlântico, e causou diversos danos nas cidades ao longo do Rio Doce, além de prejudicar a fauna e flora da região.