Criança é trancada em 'jaula' em creche de SP; servidora é afastada

Caso é investigado pela Polícia Civil e imagens do ocorrido passarão por análise da perícia

Criança chorava e chamava pela mãe enquanto estava presa
Foto: Reprodução - 25.05.2023
Criança chorava e chamava pela mãe enquanto estava presa

Uma criança de 2 anos e 9 meses foi flagrada chorando ao ser trancada sozinha em um espaço na área externa de uma creche municipal de  Sorocaba, no interior de São Paulo.  Ela teria sido deixada no local por aproximadamente uma hora. A servidora suspeita de ter deixado a criança presa foi afastada nessa quinta-feira (22).

O vídeo que registra o momento em que a criança é mantida trancada em uma espécie de 'jaula' e chora pedindo pela mãe foi feito por uma vizinha da creche, localizada no Jardim Santa Rosália, "que se incomodou com o choro alto, prolongado e desesperado", informou o advogado da família do menor, Rodrigo Somma Marques Rollo.

Nas imagens, é possível ver que, depois de um tempo, aparece uma mulher, que destranca o menor e o leva pelas mãos.

O aluno só foi solto quando a vizinha "tomou a iniciativa de resolver aquela situação e realizou a denúncia pessoalmente na Prefeitura Municipal, acionando logo em seguida o Conselho Tutelar", acrescentou a assessoria jurídica.


De acordo com o advogado, a mãe da criança não sabia do ocorrido e, ao buscá-la na creche, foi informada da situação pela diretora da escola e por um funcionário, que se negaram a mostrar a gravação.

Ao  iG , a Prefeitura de Sorocaba disse que o caso está sendo investigado pela Corregedoria-Geral do Município e que o Conselho Tutelar também acompanha a ocorrência. "O município continuará tomando todas as providências cabíveis, repudiando e não admitindo qualquer tipo de episódio nesse sentido", informou o comunicado.

Segundo a Secretaria de Segurança Pública do Estado, o caso foi registrado como maus-tratos na Delegacia de Defesa da Mulher (DDM) de Sorocaba e está sendo investigado pela Polícia Civil.

Nos próximos dias, a equipe da unidade vai ouvir testemunhas e a representante legal da criança — que passará por uma escuta especializada da vítima junto ao Grupo de Pesquisa e Assistência ao Câncer Infantil (GPACI).

À reportagem, a Secretaria ainda informou que foram solicitados exames periciais para análise das imagens ao Instituto de Criminalística (IC).

O prefeito de  Sorocaba, Rodrigo Manga (Republicanos), chamou o episódio de "terror". "Eu estou, neste exato momento, determinando à Secretaria de Educação que remova essa servidora do local de trabalho dela imediatamente até que se conclua a apuração dos fatos", afirmou em vídeo publicado ontem nas redes sociais.

"Pode ter certeza que estaremos acompanhando passo a passo o desenrolar desse caso", acrescentou.

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