O Sistema de Alerta de Desmatamento do Cerrado (SAD Cerrado) divulgou a pesquisa que aponta que o desmatamento no Cerrado atingiu o maior número de alertas do ano no mês de maio. Em relação a maio de 2022, o aumento de alertas foi de 35%.
A pesquisa do SAD também mostrou que a área desmatada desde janeiro deste ano foi de cerca de 376 mil hectares, o equivalente a duas cidades de São Paulo ou três vezes a capital fluminense.
Os estados de Tocantins e Maranhão são os mais preocupantes no relatório; os dois aparecem em primeiro e segundo lugar, respectivamente, como os estados em que o bioma sofreu mais devastação.
No dia 7 de junho, o iG noticiou uma queda no desmatamento de outro bioma extremamente importante para o país, a Amazônia, e contrapôs com dados já alarmantes sobre o Cerrado.
De acordo com o Ministério do Meio Ambiente, enquanto os alertas de desmatamento na Amazônia apresentaram uma queda de 31% nos primeiros cinco meses do governo Lula, o Cerrado registrou aumento de 83%.
E POR QUE AUMENTOU?
Em maio de 2023, 86,7% de todo o desmatamento do bioma ficou concentrado em áreas privadas registradas no CAR (Cadastro Ambiental Rural). Os outros alertas ocorreram em áreas sem definição de categoria fundiária (6,8%), assentamentos (4%) e áreas protegidas (2,3%). Na Bahia, o 6º estado mais desmatado do ano, 94,3% do desmatamento ocorreu em áreas privadas.
Segundo o Fundo Mundial para a Natureza (WWF Brasil), a principal causa de desmatamento no Cerrado é a expansão do agronegócio sobre a vegetação nativa desses locais.
A organização também aponta que o outro problema que prejudica o enfrentamento dessa condição é que a aplicação da legislação ambiental não é suficiente para garantir a conservação do Cerrado por permitir a conversão legal de até 80% dos imóveis rurais.