O Sindicato dos Escrivães da Polícia Civil de Minas Gerais (Sindep-MG) confirmou que Rafaela Drumond, 31 anos, escrivã da corporação em Carandaí, havia denunciado que ela vinha sofrendo assédio moral e sexual, além de pressão com a sobrecarga no trabalho, dentro da corporação antes da morte.
Na última sexta-feira (9), a profissional foi encontrada morta pelos pais em um distrito na cidade de Antônio Carlos, interior do estado. Segundo informações do registro de Eventos de Defesa Social (Reds) da Polícia Militar, o caso foi registrado inicialmente como suicídio
De acordo com o Sindep, a profissional havia feito contato com o jurídico do sindicato na última semana e denunciando o assédio sofrido no ambiente de trabalho. O conteúdo da denúncia, segundo a entidade, continuará mantido sob sigilo.
O órgão afirmou, ainda, que recebeu outras denúncias, e que deve realizar uma técnica na Regional. Eles lamentaram e disseram que não houve tempo hábil para intervir antes da morte da escrivã.
Em entrevista a rede Globo, o pai de Rafela afirmou que o comportamento da filha estava diferente nos últimos três meses, no entanto, a família achou que ela estaria tensa por estar focada nos estudos para a prova de um concurso para o cargo de delegada que iria realizar.
“Busquei ela terça-feira da semana passada e na sexta aconteceu toda essa tragédia. Fiquei perdido, não entendi o que aconteceu com a minha filha. Uma menina cheia de vida, com emprego e tudo e, de repente, dá essa tragédia. Fui em outro mundo e voltei. Enterrei ela no sábado, no domingo a gente ficou vagando e na segunda saiu essa notícia que aconteceu no trabalho dela. Quero que seja elucidado esse caso”, disse.
Ainda em choque com a morte da filha, o pai acredita que Rafaela tenha tantado preservar a família e, por isso, não contou sobre o que estava acontecendo no ambiente de trabalho.
“O que acalenta um pouco é que, na tarde de ontem [terça], depois que cheguei a sair na cidade, fui chamado na delegacia de Barbacena, que estava a escrivã que é chefe de todas as escrivãs do Estado, com mais uma assistente social e uma psicóloga da própria Polícia Civil, que entrou no caso. (...) Pelo menos me conforta, que o caso da minha filha vai ser elucidado. Eu acredito no trabalho da Polícia Civil, órgão no qual a minha filha pertencia e tinha o sonho de continuar lá”, afirmou.
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