“Clima geral de medo e insegurança” , foi dessa forma que a Comissão de Defesa dos Direitos Humanos Dom Paulo Evaristo Arns caracterizou o que a população da zona rural do Pará tem vivido nos últimos anos.
Em documento entregue ao ministro da Justiça e Segurança Pública, Flávio Dino, na manhã desta quinta-feira (1º), a organização reuniu depoimentos de povos tradicionais da região que sofrem com a violência crescente no campo e apontou recomendações de ações governamentais para enfrentamento do problema.
Os depoimentos foram coletados durante uma caravana realizada pela Comissão que passou por várias das cidades afetadas pela forte presença de grileiros, garimpeiros e das milícias rurais. Entre as recomendações de ação do governo que constam no documento está o estabelecimento de uma operação de fiscalização nas regiões apontadas.
Em abril, a Comissão Arns já havia se reunido com autoridades paraenses em Belém para debater os casos de violência contra trabalhadores sem terra, quilombolas, ribeirinhos e povos indígenas. No documento, reforçaram que os criminosos continuam impunes e a população ainda se sente ameaçada pela falta de segurança.
COMISSÃO ARNS
A Comissão de Defesa dos Direitos Humanos Dom Paulo Evaristo Arns (Comissão Arns) foi criada em fevereiro de 2019 com o intuito de trazer visibilidade a casos de violações dos direitos humanos. A organização tem como foco a defesa das populações minoritárias, tais como a população negra, indígena, quilombola e pessoas em situação de vulnerabilidade social.
É composta por um grupo de juristas, intelectuais, jornalistas, ativistas e voluntários na defesa dos direitos humanos. A Comissão se apresenta como um grupo que atua de forma voluntária e suprapartidária.