ONG pede danos de R$ 100 mi ao Google por jogo que simula escravidão

Educafro Brasil processou a gigante de tecnologia por publicar o jogo em sua loja de aplicativos

Loja de aplicativos do Google oferecia jogo que simula época da escravidão no Brasil
Foto: Reprodução - 24.05.2023
Loja de aplicativos do Google oferecia jogo que simula época da escravidão no Brasil

A Organização Não Governamental (ONG) Educafro Brasil, que promove oportunidades educacionais à população negra, protocolou neste sábado (27) ação civil pública contra o Google por publicar um jogo chamado "Simulador de Escravidão" em sua loja de aplicativos , a Play Store.

A ONG pede indenização no valor de R$ 100 milhões por dano moral coletivo. Segundo a Educafro, a medida teria caráter punitivo-pedagógico.

"Nosso compromisso diz respeito à proteção coletiva de toda a sociedade, em especial à população negra que cotidianamente sofre com os abusos, violências e crimes praticados contra a coletividade. A gigante Google ou qualquer outra empresa ou instituição deve se responsabilizar por seus atos ou por suas omissões", afirmou a ONG.

O jogo "Simulador de Escravidão", da desenvolvedora MagnusGames, permitia que os usuários simulassem ser proprietários de escravos. Dentre as missões do game, estavam "extrair lucros e evitar rebeliões e fugas".

O jogo foi publicado na Google Play Store no final de abril, e foi retirado do ar pelo Google na última quarta-feira (24), após repercussão negativa. A empresa afirmou que não permite "apps que promovam violência ou incitem ódio contra indivíduos ou grupos com base em raça ou origem étnica, ou que retratem ou promovam violência gratuita ou outras atividades perigosas".

"Qualquer pessoa que acredite ter encontrado um aplicativo que esteja em desacordo com as nossas regras pode fazer uma denúncia. Quando identificamos uma violação de política, tomamos as ações devidas. E, em casos graves, podemos tomar medidas mais rígidas, incluindo proibir o desenvolvedor de publicar novos aplicativos no Google Play", afirmou a empresa.

Na quarta-feira,  Ministério Público Federal no Rio Grande do Sul (MPF-RS) instaurou procedimento para apurar o caso.

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