Em uma loja de aplicativos do Google, a plataforma mantém em seu catálogo um jogo chamado de "Simulador de Escravidão" . No game, que remete a época escravocrata brasileira, o usuário simula ser proprietário de um escravo para poder "extrair lucros, evitar rebeliões e fugas".
Desenvolvido pela empresa Magnus Games , a imagem de divulgação do jogo na loja de aplicativos é de homens negros trabalhando com um "senhor" branco ao lado.
Segundo os produtores do game de cunho racista, o aplicativo foi desenvolvido para "fins de entretenimento", e que "condenam a escravidão no mundo real" . Ao abrir o jogo, na tela inicial, o usuário recebe a mensagem de que "todo o conteúdo é fictício e não está vinculado a eventos históricos específicos" e que "todas as coincidências são acidentais".
"Neste simulador de escravidão, existem 3 tipos de escravos: trabalhadores, gladiadores e escravos de prazer. Compre e venda-os. Cada escravo é adequado para um determinado negócio. Treine seus escravos para aumentar seu nível de maestria e renda", diz a descrição.
Apesar da empresa afirmar que não há intenções racistas na criação do aplicativo, usuários fazem comentários racistas, além de discursos de ódio direcionado a pessoas negras. As imagens desenvolvidas para o app também trazem uma apologia ao assunto.
Em comentários que avaliam o aplicativo com notas 4,0 e 5,0 (máxima), um dos usuários diz que o jogo "é ótimo para passar o tempo" , mas 'lamenta' não haver "mais opções de tortura" no game.
"Ótimo jogo para passar o tempo. Mas acho que faltava mais opções de tortura. Poderiam estalar a opção de açoitar o escravo também. Mas fora isso, o jogo é perfeito!", escreveu o usuário Mateus Schizophrenic, que deu nota máxima ao jogo.
Lançado em 20 de abril de 2023, o jogo tem classificação indicativa livre e já conta com mais de mil downloads.
Após repercussão nesta quarta-feira (24), o aplicativo foi retirado temporariamente do ar. O Google e a empresa que desenvolveu o jogo ainda não se manifestaram sobre o assunto.
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