O Movimento dos Trabalhadores Ruaras Sem Terra (MST) emitiu um comunicado nesta quinta-feira (20), ao qual explicam que chegaram a um entendimento com o Governo Federal para trabalharem por uma reforma agrária.
Segundo o movimento, tal entendimento é visto como uma "vitória", principalmente por trazer os assuntos ao debate novamente. Além disso, eles comemoram os avanços nas negociações com a gestão de Luiz Inácio Lula da Silva (PT), após as mobilizações que ocorreram nos últimos tempos em 18 estados.
A Secretaria-Geral da Presidência e o Ministério do Desenvolvimento Agrário devem assumir o compromisso de lançar no próximo mês um plano para ser feita a reforma agrária. A informação conta no comunicado, e diz que as instituições devem traçar ações, metas e planejar um cronograma.
Segundo o MST, ficou fixado o compromisso de assentar as famílias que invadiram as terras da Embrapa na cidade de Petrolina (PE), e as terras da Suzano em Aracruz (ES). Eles se comprometeram de realizar assembleias e organizar a saída das famílias.
Os dados levantados pelo MST mostram que cerca de 100 mil famílias estão nos acampamentos pelo Brasil, sendo dessas, 30 mil em áreas que são consideradas de pré-assentamento, que passam por um processo não concluído do Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra).
O presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira (PP-AL), informou que um pedido de uma Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) do MST foi protocolado na Casa, e sinalizou à bancada ruralista que ela deverá ser aplicada já nas próximas semanas.
O movimento disse no comunicado que o governo vem trabalhando nas negociações, e afirmou que criaram grupos de trabalho para que as demandas do movimento sejam atendidas.
"O MST reafirmou o apoio ao presidente Lula, ao governo federal, à democracia e às lutas pelo programa de mudanças sociais que venceu as eleições, a partir da experiência histórica de que negociação se faz com luta popular", conclui o comunicado.