PM é preso por envolvimentos nos atos golpistas de 8 de janeiro

Segundo a PF, o major Cláudio Mendes dos Santos era o responsável por administrar o dinheiro que financiava os atos

Atos golpista na Praça dos Três Poderes
Foto: MARCELO CAMARGO/AGÊNCIA BRASIL
Atos golpista na Praça dos Três Poderes

Foi realizado pela Polícia Federal (PF) nesta quinta-feira (23), a 9ª fase da operação Lesa Pátria. A investigação visa atingir os incitadores e financiadores dos atos golpistas ocorridos no dia 8 de janeiro.

A PF prendeu nesta etapa o major da defesa da Polícia Militar do Distrito Federal (PF-DF), Cláudio Mendes dos Santos, de 49 anos. O major é acusado de ser um dos responsáveis por administrar o dinheiro que foi utilizado para financiar as manifestações golpistas.

A investigação mostrou indícios de que o PM ensinava algumas táticas militares para auxiliar os manifestantes extremistas enquanto acampavam em frente ao Quartel General do Exército, na capital.

O major ainda foi acusado de integrar uma divisão especializada, ao qual promovia diversos discursos em tom agressivo nos palcos improvisados em frente aos QGs.

PGR denuncia mais 100 pessoas

A Procuradoria-Geral da União (PGR) denunciou no dia 16 de março mais 100 acusados de participarem dos atos antidemocráticos de 8 de janeiro em Brasília. O total de denunciados chegou a 1.037, segundo a PGR.

O Ministério Público disse ter provas claras da participação dos acusados nas depredações contra o Congresso Nacional, Supremo Tribunal Federal (STF) e Palácio dos Planalto. O MP ressaltou que a denúncia foi dívida em três grupos de suspeitos: os que depredaram os prédios, os que quebraram a barreira de proteção e aqueles que participaram do acampamento em frente ao Quartel-General do Exército.

“Para propor as ações penais, a Procuradoria-Geral da República procedeu à análise individualizada das provas de materialidade do crime e de indícios de autoria. Como consequência desse trabalho, os resultados mais graves não são atribuídos às pessoas que se limitaram a clamar pela intervenção militar nas imediações do Quartel-General. Essas pessoas – caso dos denunciados nessa quarta-feira - devem responder (se a denúncia for recebida pelo Judiciário) pelos delitos de associação criminosa e de incitação ao crime, e não por danos causados às sedes dos Três Poderes”, disse a Procuradoria.

CPI Trava Senado

Após desavenças entre a oposição e o presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG), a CPI dos atos golpistas de 8 de janeiro travou na Casa por falta de assinaturas. O prazo para a confirmação dos nomes terminou na última sexta-feira (17).

A oposição chegou a ter 38 assinaturas, mas contava com nomes da legislatura passada. Somada as saídas de senadores e desistências, o apoio para a criação da CPI caiu para 15 assinaturas.

A comissão era um desejo da senadora Soraya Thronicke (União Brasil-MS), que cobrava a investigação dos atos em Brasília. Ela chegou a pedir ao Supremo Tribunal Federal (STF) para que obrigasse Pacheco a abrir a CPI.

O presidente do Senado, porém, afirmou que todos os requerimentos da última legislatura são inválidos, mas abriu uma brecha para que Soraya colhesse outras assinaturas.