Montagem com fotos de Bernardo Uglione Boldrini e o pai Leandro Boldrini
Reprodução Redes Sociais
Montagem com fotos de Bernardo Uglione Boldrini e o pai Leandro Boldrini

Leandro Boldrini , o réu acusado pela morte de seu filho Bernardo Uglione Boldrini, não fará seu interrogatório no julgamento que está ocorre hoje no muncípio de Três Passos , na região Noroeste do Rio Grande do Sul .

Boldrini chegou ao fórum sendo escoltado por policiais aos gritos "para, para".

A juíza Sucilene Engler Werle  cancelou o interrogatório por motivos médicos , ainda não divulgados. A defesa de Boldrini alegou que foi feita  avaliação médica  pelo Judiciário e isso determinou que o réu "não poderia participar do interrogatório".

Fase de debates do julgamento -  Apesar do cancelamento do interrogatório principal, o julgamento passou  para  fase de debates entre acusação e defesa . A previsão é que o julgamento seja encerrado hoje (23).

Nos últimos dias, testemunhas de acusação e defesa têm prestado depoimentos aos jurados, enquanto o réu não compareceu à sala de audiências na terça (21) e quarta (22), alegando problemas de saúde.

O caso Bernardo Uglione Boldrini:

Bernardo Uglione Boldrini
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Bernardo Uglione Boldrini


Bernardo (11 anos) vivia em Três Passos, no estado do Rio Grande do Sul, com o pai, a madrasta e uma irmã, após a morte da mãe, por suicídio em 2010 cometido dentro do consultório do pai, Leandro Boldrini. 

Quatro anos depois, em abril de 2014, Bernardo foi morto com uma injeção letal de uma superdosagem de medicamentos administrada pela madrasta. A polícia concluiu que o pai, Leandro Boldrini , e a madrasta, Graciele Ugulini, foram os responsáveis pela morte do menino.

Segundo as investigações, Bernardo teria sido morto por motivos financeiros, pois o pai recebia uma pensão alimentícia pelo filho e a morte permitiria que ele ficasse com todo o dinheiro.

Outros envolvidos:

Além de Leandro Boldrini e Graciele Ugulini, também foram presos Edelvânia Wirganovicz e Evandro Wirganovicz, amigos do pai, que teriam ajudado a executar o plano. 

O caso gerou grande repercussão nacional e internacional, levando a um debate sobre o sistema de proteção infantil e a importância de denunciar casos de abuso e negligência. A morte de Bernardo também inspirou campanhas e projetos em defesa dos direitos das crianças e adolescentes .

Acusação do Ministério Público do Estado

Segundo as informações apresentadas pelo Ministério Público do Estado do Rio Grande do Sul , o crime foi um homicídio quadruplamente qualificado.

O pai, Leandro Boldrini, não só tinha amplo domínio do fato, como teria participado como mentor e incentivador da ação criminosa realizada por Graciele, segundo o MP. 

Ele arregimentou colaboradores, executou diretamente o homicídio, criou um álibi, patrocinou despesas e recompensas, além de fornecer meios para acesso à droga midazolam, que foi utilizada para matar a vítima.

O corpo do menino foi descoberto de seu corpo dez dias depois do desaparecimento, dentro de um saco plástico enterrado às margens de um rio , na cidade de Frederico Westphalen .

Reabertura de inquérito do suicídio de Odilaine Uglione, mãe de Bernardo e ex-mulher de Boldrini 

Em 2016, o inquérito sobre o susposto suicídio da mãe de Bernardo foi questionado pela família após a morte do menino. De acordo com a polícia, Odilaine teria cometido suicídio dentro do consultório de Leandro Boldrini, pai de Bernardo, em Três Passos, no dia 10 de fevereiro de 2010.

O inquérito policial registrou que ela comprou um revólver calibre 38 pouco antes de ir à clínica e deixou um bilhete com a secretária do médico, Andressa Wagner, avisando sobre sua chegada.

A defesa da família Uglione argumenta que houve falhas na investigação da morte de Odilaine, incluindo divergências sobre o local exato da lesão em sua cabeça, lesões em outras partes do corpo, vestígios de pólvora na mão esquerda da vítima, que era destra, e uma carta supostamente fraudada deixada por ela. Além disso, a defesa também citou a morte de Bernardo como um fato novo.

Em agosdo do mesmo ano, a Justiça arquivou o inquérito policial que apurou as circunstâncias da morte de Odilaine Uglione, pós a nova investigação não apresentar elementos novos ou suficientes para afastar as provas que apontam para o suicídio da vítima. 

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