A Polícia Federal vai abrir uma investigação para apurar o acesso de dados fiscais sigilosos de opositores do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL). Os investigadores ainda devem apurar se as informações chegaram à alta cúpula do Palácio do Planalto.
Segundo a denúncia divulgada pelo jornal Folha de S. Paulo, o ex-chefe de inteligência da Receita Federal, Ricardo Feitosa, acessou dados fiscais de opositores de Bolsonaro. Entre os alvos estão o ex-ministro Gustavo Bebianno, o empresário Paulo Marinho, Ariana Marinho (esposa de Paulo) e o ex-procurador responsável pelo processo da "rachadinha" no Rio de Janeiro, Eduardo Gussem.
Os acessos teriam acontecido entre os dias 10 e 18 de julho de 2019, primeiro ano de governo Bolsonaro. De acordo com a denúncia, Feitosa acessou os dados de Imposto de Renda dos opositores entre 2013 e 2018.
Feitosa já foi alvo de um processo administrativo na Receita Federal, mas a investigação foi arquivada. O então corregedor do órgão, João José Tafner, disse ter sido pressionado a arquivar o processo.
A PF deve investigar as denúncias de pressão por parte da cúpula do Planalto no processo administrativo. A Receita Federal também informou que abriu um inquérito para investigar Feitosa e Tafner.