O chefe de Inteligência da Receita Federal durante o governo Jair Bolsonaro, Ricardo Pereira Feitosa, teria acessado dados fiscais sigilosos de opositores o ex-presidente em 2019, ano marcado pelo primeiro ano de gestão bolsonarista. A informação foi divulgada nesta segunda-feira (27) pelo jornal Folha de S. Paulo .
Segundo os documentos, Feitosa copiou dados do empresário Paulo Marinho e do ex-ministro da Secretaria-Geral da Presidência da República Gustavo Bebianno. Responsáveis pela campanha presidencial de Bolsonaro em 2018, ambos tinham acabado de romper do ex-presidente devido às disputas internas.
Outro alvo de Feitosa foi Eduardo Gussem, ex-procurador-geral da Justiça do Rio de Janeiro. Gussem era o responsável pelo processo das “rachadinhas” envolvendo o filho do ex-presidente, Flávio Bolsonaro, quando ainda era deputado federal pelo Rio.
Os acessos aconteceram entre os dias 10 e 18 de julho de 2019. Foram acessadas as declarações do Imposto de Renda entre 2013 e 2019 dos políticos e do jurista.
A esposa de Paulo Marinho também foi alvo de buscas do ex-chefe de inteligência da Receita Federal. Feitosa procurou informações na base de dados de comércio exterior dos três opositores de Bolsonaro.
O iG entrou em contato com a Receita Federal para confirmar a informação e saber se haverá alguma sindicância contra Ricardo Feitosa. Até o momento, não obteve retorno.
A defesa de Ricardo Feitosa nega ter vazado dados sigilosos ou ter cometido qualquer violação. Ele ainda disse ter atuado no “estrito cumprimento do dever legal”.