A prefeitura de São Sebastião, cidade mais afetada pelas fortes chuvas no litoral norte
de São Paulo, já sabia ao menos desde 2014 que a Vila Sahy tinha riscos de deslizamentos de terra.
A Vila Sahy foi a área com maior número de vítimas das chuvas em São Sebastião, atingida por três deslizamentos de terra que soterraram 50 casas e mataram ao menos 34 pessoas.
Em 2014, a prefeitura de São Sebastião elaborou um Projeto de Regularização Fundiária Sustentável no qual reconhecia os riscos da região e recomendava a remoção dos moradores da Vila Sahy.
O documento, obtido pelo G1, cita um mapeamento de 1996 do Instituto Geológico que aponta risco muito alto de deslizamento de terra em duas ruas da comunidade. O mapeamento ainda recomendava a remoção preventiva de moradores da região ou "obras de contenção de médio porte associadas às obras de drenagem".
No projeto de prefeitura, de 2014, é constatada a "necessidade de remoção das moradias e seus ocupantes, que se encontram na área de risco físico alta, por conta da declividade e solo e processo erosivo avançado e, será executado um projeto de reassentamento, para realocação dos moradores dessas áreas". Desde a ocasião, o projeto não foi executado na cidade.
A Vila Sahy é uma ocupação que começou em 1987, e atualmente tem mais de 650 imóveis. Em 2009, novas ocupações na região foraam proibidas, e a prefeitura prometeu regularizar o local em até dois anos, o que também não aconteceu.
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