Na gestão Jair Bolsonaro , o Itamaraty brasileiro na França Luís Fernando Serra relatou, estranhamente, sua “indignação” com questionamentos de uma parlamentar socialista francesa sobre as investigações da morte da
Os telegramas estava sob sigilo por 100 anos pela administração Bolsonaro e foram revelados ontem em reportagem na CNN Brasil.
Segundo os documentos, a e mbaixada do Brasil na França r ecebeu um pedido formal para p restar informações a uma parlamentar de esquerda sobre o rumo das investigações da morte da vereadora do Rio de Janeiro Marielle Franco (PSOL).
O telegrama foi obtido pela emissora através da Lei de Acesso à Informação e revela que ao invés de responder aos questionamentos da parlamentar , o então embaixador do Brasil na França, Luís Fernando Serra, rebateu o pedido com outro questionamento em tom de provocação .
O embaixador teria questionado por que a repercussão da morte de Marielle tinha tratamento diferente do caso da facada que 'quase matou Bolsonaro, em setembro de 2018'.
No documento, de janeiro de 2020, ele relatou que recebeu uma carta da deputada Christine Pirès Beaune, do Partido Socialista da França, questionando o andamento das investigações sobre a morte de Marielle e Anderson.
O embaixador narra do telegrama como ele reagiu ao email repetindo a retórica do ex-presidente Bolsonaro e compara a morte de Marielle à facada que sofrida por Bolsonaro e também ao caso do assassinato do prefeito de Santo André Celso Daniel (PT) , ocorrido em 2002.
No telegrama ele afirma estar 'indignado'.
“Fiz constar nas missivas minha profunda indignação com tratamentos tão díspares em relação a crimes sobre os quais as investigações tinham chegado a conclusões similares”.
O embaixador reiterou por que o partido francês não questionou ou se manifestou sobre o atentado sofrido por Bolsonaro em setembro de 2018 ao qual resultou na prisão de Adélio dos Santos .
“Deixei registrado que estes dois crimes, tão graves quanto aqueles com os quais as parlamentares muito se preocupam, não tinham delas recebido qualquer manifestação”.
O que fica difícil compreender é qual a relação entre os casos o embaixador nas respostas oficiais do Itamaraty ao Partido Socialista Francês. O que se sabe é que cinco anos após o caso Marielle Franco e Anderson Gomes, o duplo homicídio segue sem integral solução e ainda não se sabe quem mandou executar a morte da vereadora carioca.
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