Flávio Dino, ministro da Justiça e Segurança Pública, afirmou que os atos golpistas ocorridos no dia 8 de janeiro, há um mês, tiveram o financiamento por meio de recursos públicos.
O ministro disse ter identificado dois tipos de financiamento dos atos. O primeiro é o que chama de "indústria da mentira, do ódio ou da fake news". Este modo atua de forma "empresarial" no Brasil, que investe muito dinheiro "para levar a esses atos atentatórios ao direito, à lei e à Constituição".
Durante a entrevista cedida ao canal CNN nesta quarta-feira (08), Dino diz que "há sim indícios já apurados em outros momentos, que, infelizmente, recursos públicos foram destinados para essa finalidade [de bancar a indústria da fake news]". O chefe da pasta não chegou a citar a origem de tais recursos.
Já o segundo modo de financiamento citado por Dino se refere ao pagamento de transportes para o Distrito Federal nas vésperas dos atos golpistas. Para o ministro, o deslocamento dos ônibus foi promovida de forma descentralizada em diversos Estados, e que os atos são frutos dos atores locais, como empresários e fazendeiros.
"Eu diria que havia uma coordenação central, um financiamento central da indústria da mentira, do ódio, da fake news […] e havia esse financiamento do varejo também igualmente criminoso que acabou levando à perpetração desses ilícitos [do 8 de Janeiro]".
Quando questionado sobre a abertura de uma Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) para haver uma investigação acerca das invasões na Praça dos Três Poderes, Dino diz que isso não seria muito esclarecedor.
"Por que gastar tamanha energia cívica, tempo e dinheiro em uma investigação que já está acontecendo?", questionou Dino.