A ministra da Saúde do governo Lula, Nísia Trindade, disse nesta terça-feira (07), que a Secretaria Especial de Saúde Indígena (Sesai), responsável pelos povos originários, passará por reestruturação após a crise vivida pelos povos Yanomami. “Nós estamos reestruturando a Secretaria de Saúde Indígena, que [...] não estava com a orientação que precisa ter como subsistema do SUS”, afirmou Nísia.
Diferentemente das outras áreas da saúde pública, a Sesai não faz parte da alçada dos estados e dos municípios, mas sim do governo federal. “O Ministério da Saúde não faz isso em outras áreas porque [a saúde indígena] é um subsistema especial”, explica a ministra. Ela completa dizendo que a saúde indígena está em uma momento em que “requer uma intervenção em várias áreas do Brasil”, devendo ser um plano com abrangência nacional.
A ministra ressalta que o estado que os povos Yanomami foram encontrados é de extrema gravidade. O povo foi registrado com diversas complicações, como desnutrição e malária, além de serem abastecidos com remédios vencidos, seringas orais reutilizadas indevidamente e fezes espalhadas em unidades de atendimento. Isso tudo atrelado aos desvios de comida e medicamentos para malária.
Dentre os motivos levantados para encontrar os povos da forma como estavam, destaca-se o garimpo ilegal e a invasão em territórios demarcados. Por tal motivo, Nísia Trindade defende que as medidas devem passar por diversas áreas do governo.
O estado em que os Yanomami foram encontrados levou o governo federal decretar Emergência em Saúde Pública de Importância Nacional no dia 20 de janeiro.