Raiam Santos foi condenado a se retratar sobre acusações feitas ao empresário João Kleper
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Raiam Santos foi condenado a se retratar sobre acusações feitas ao empresário João Kleper

A Justiça de São Paulo condenou o influenciador digital Raiam Santos a se retratar após criar notícias falsas espalhadas nas redes sociais contra o empresário e investidor anjo João Kepler. Santos deverá manter a sentença em sua página no Instagram e YouTube por pelo menos 15 dias.

As acusações foram registradas entre 2021 e 2022, quando o influenciador teria divulgado vídeos com informações falsas e difamando o empresário. Segundo a vítima, os ataques eram de cunho pessoal e profissional.

O advogado que representa Kepler, João Paulo Mazzieiro, explica que Raiam já tem histórico de ofensas contra pessoas. Ele explica que o influencer é classificado como hater profissional, que trabalha para criticar pessoas e empresas.

“Raiam é um cara que chamamos de hater profissional. Ele aproveita o engajamento de uma personalidade para criticá-la e ganhar seguidores. Ele atrai seguidores a partir de notícias falsas”, afirma Mazzieiro.

“Hoje está mais tranquilo, mas teve uma época que ele atacava pessoas de grande relevo diariamente. O Raiam esperava alguém grande da internet divulgar cursos para falar mal dela e surfar na onda da fama dos empresários”, completa.

O especialista ressalta que a intenção dos influenciadores que trabalham como hater profissional é vender cursos e mentorias para ganhar seguidores. Segundo o advogado, esse tipo de crime tem aumentado nos últimos anos com o avanço das redes sociais, principalmente após a pandemia de Covid-19.

João Keppler foi uma das vítimas do influenciador Raiam Santos
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João Keppler foi uma das vítimas do influenciador Raiam Santos

Apenas em São Paulo, Raiam Santos conta com ao menos dez processos por injúria, difamação e pedidos de indenização por danos morais e direito de imagem. Além de Kepler, outros influenciadores, como Tiago Nigro e Flávio Augusto, entraram com processos contra o influencer.

Raiam conta com pouco mais de 1,8 milhão de seguidores no Instagram. Nas fotos, é possível ver o influenciador em diversas partes do mundo, como Dubai, Paris e Doha.

Mazzieiro explica que o influenciador é nômade, o que dificulta a citação em processos judiciais no Brasil e nos Estados Unidos.

“Ele sempre morou ao redor do mundo, ele nunca teve domicílio físico. Tinha uma dificuldade em citar ele no processo e, por isso, ele ficava impune. Ele utiliza desse modus operandi para conseguir cometer os crimes”, explica.

“Temos vários processos contra o Raiam, seja na esfera criminal e na cível. Em um dos casos, conseguimos citar ele apenas pelo Instagram. Depois disso, ele passou a atacar ainda mais o meu cliente. Como ele estava fora do Brasil, ele se sentia impune. Como ele sabia do processo, mesmo que seja por virtual, deveria ter cumprido a decisão. Derrubamos o Raiam na esfera cível, com indenização de R$ 150 mil”, completa o advogado.

Raiam participou da audiência com o juiz e representantes de Kepler no último dia 23 de janeiro. Após o julgamento, o influenciador foi citado em outro processo movido contra ele.

“O Raiam, enfim, foi citado e fizemos um acordo. Se ele não se retrata, ele seria condenado e poderia ser preso. Após a audiência, ele foi citado em outro processo que um cliente meu move contra ele, exatamente pelo mesmo motivo”, afirma.

João Paulo Mazzieiro acredita o índice de crimes dessa natureza devem reduzir no Brasil nos próximos meses e ressalta o trabalho da Justiça ao condenar pessoas que propagam notícias falsas.

“Eu concordo que esse crime não compensa. Embora ele consiga engajar as redes sociais, depois de um tempo as máscaras caem. Nós só tivemos êxito nas denúncias. Toda aquela polêmica que ele causa, nas próximas vezes, ninguém mais vai acreditar e ele seu poder de influência ficará enfraquecido”, diz o advogado.

O iG tentou contato com a defesa de Raiam Santos, mas não obteve retorno até o fechamento desta reportagem.

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