A Prefeitura de São Paulo, por meio da Secretaria Municipal da Saúde (SMS), entregou na manhã desta sexta-feira (18) o 102º Centro de Atenção Psicossocial (CAPS) da cidade, sendo o 35º da modalidade Álcool e Drogas (AD) da capital. O CAPS AD III Paraisópolis, localizado na Zona Sul, tem capacidade para atender 400 pessoas por mês e será mais um equipamento estratégico da Rede de Atenção Psicossocial (Raps), que funcionará com um serviço de caráter aberto e comunitário, constituído por uma equipe multiprofissional, que atuará de forma transdisciplinar.
Durante a cerimônia de inauguração, o prefeito Ricardo Nunes destacou a importância de equipamentos como esse para tratar da saúde mental das pessoas numa cidade complexa como São Paulo.
“Este é a sexta unidade que entregamos. Cumprimos nossa meta, que deveria ser batida em 2024, mas continuaremos abrindo serviços deste tipo, pois verificamos o aumento da necessidade dos cuidados nessa área e também do tratamento dos dependentes químicos”, afirmou o prefeito Ricardo Nunes.
De acordo com ele, o CAPS AD III Paraisópolis terá um custeio mensal de R$ 550 mil para a Prefeitura. Trata-se de um espaço comunitário com atendimento multiprofissional, que permite a interação e o diálogo, inclusive com oficinas. É um trabalho conjunto entre as secretarias Municipal da Saúde, Assistência Social e Direitos Humanos.
“A entrega desse equipamento nos dá muita satisfação porque é mais um reforço para acolher, de forma humanizada, as pessoas que vivem nessa situação tão grave que é a dependência do uso abusivo de drogas. São unidades importantes do sistema de saúde, que auxiliam a não internar os pacientes nos hospitais”, declarou o secretário municipal da Saúde, Luiz Carlos Zamarco.
Somente na região Sul a Prefeitura já entregou 25 CAPS, sendo oito em Álcool e Drogas, oito Infanto Juvenil e nove adultos.
De acordo com Carlos Bezerra, secretário municipal de Assistência e Desenvolvimento Social (SMADS), a saúde mental recebeu um novo olhar nas últimas décadas e a nova unidade em Paraisópolis é o resultado disso.
“Aqui é feito um atendimento extra-hospitalar, com acompanhamento multidisciplinar. É uma atenção integral para as pessoas que aqui chegam, uma grande conquista na área da saúde”.
Estrutura
O investimento total foi de R$ 1.722.554,26. O equipamento será gerenciado pela Organização Social de Saúde (OSS) Sociedade Beneficente Israelita Brasileira Albert Einstein, com 55 colaboradores, incluindo médico clínico, psiquiatras, psicólogo, enfermeiros e técnicos de enfermagem, assistentes sociais e terapeutas ocupacionais. A equipe também é formada por educador físico, farmacêutico, técnico de farmácia, oficineiro, agentes de ação social, assistentes administrativos e copeira.
O prédio tem 29 salas e, entre seus vários ambientes, conta com três consultórios, salas para o acolhimento dos usuários, de grupo e área externa de convivência.
“Com este Caps passamos a fazer a gestão de 28 unidades de saúde e a Prefeitura reforça o atendimento ao tratamento mental no nosso município. É uma doença que precisa ser cuidada precocemente, por uma equipe competente, que preste atendimento de forma respeitosa e humana. E conseguimos tudo isso em parceria com a Prefeitura”, disse Guilherme Schettino, diretor-superintendente de Responsabilidade Social do Hospital Israelita Albert Einstein
Funcionamento
O Caps atua em regime de porta aberta: sem necessidade de agendamento prévio ou encaminhamento, oferecendo acolhimento e tratamento multiprofissional aos usuários e familiares. Quem procura o serviço é acolhido e participa da elaboração de um Projeto Terapêutico Singular específico para as suas necessidades e demandas.
Este tipo de equipamento atua no acolhimento às situações de crise, nos estados agudos da dependência química e de intenso sofrimento psíquico. A nova unidade está localizada na Avenida Flavio Américo Maurano, 331 – Fazenda Morumbi e funcionará de segunda a sexta-feira, das 7h às 19h, para atendimento e acolhimento, inclusive com grupos e oficinas. Das 19h às 7h, e nos finais de semana e feriados para os pacientes admitidos em acolhimento integral.
A paciente Dalila Mathias afirma estar muito satisfeita com o atendimento que recebe.
“Sou muito bem tratada. Gostaria que meus irmãos também procurassem tratamento, para se livrarem das drogas”, revelou.
Para Luiz Monteiro, delegado seccional da região Centro, o Caps é fundamental pois é destinado às vítimas do tráfico, que são os dependentes químicos.
“A guerra contra as drogas não tem data para acabar. Com a na Operação Caronte da Polícia Civil já foram presos quase 200 traficantes. Também temos bons resultados com o Programa Redenção, que conta com três colunas muito importantes”.
De acordo com o Monteiro, esses pilares são a saúde pública, a assistência social e o programa de requalificação do Centro de São Paulo, o Programa de Intervenção Urbana (PIU).
“Além disso, contamos com o trabalho feito em parceria das polícias civil, militar e da GCM (Guarda Civil Metropolitana) no combate ao tráfico”, concluiu.
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