A deputada federal Erika Hilton (PSOL) protocolou uma notícia-crime junto ao Supremo Tribunal Federal contra Jair Bolsonaro, após o presidente relatar que esteve em uma casa de prostituição na presença de menores de idade.
A polêmica começou em um entrevista a um podcast na sexta-feira, quando o atua comandante do país tentava reforçar uma de suas teses de que o Brasil, com a volta de um governo presidencial petista, na figura do ex-presidente Lula, se tornaria uma Venezuela.
Na oportunidade, Bolsonaro afirmou que se encontrou com meninas venezuelanas em São Sebastião, periferia do Distrito Federal, durante um passeio de moto. Em um dos trechos da entrevista, Bolsonaro alega que "pintou um clima".
“Parei a moto numa esquina, tirei o capacete e olhei umas menininhas, três, quatro, bonitas; de 14, 15 anos, arrumadinhas num sábado numa comunidade. E vi que eram meio parecidas. Pintou um clima, voltei, ‘posso entrar na tua casa?’ Entrei. Tinha umas 15, 20 meninas, num sábado de manhã, se arrumando, todas venezuelanas. E eu pergunto: meninas bonitinhas, 14, 15 anos se arrumando num sábado para quê? Ganhar a vida. Você quer isso para a tua filha, que está nos ouvindo aqui agora. E como chegou neste ponto? Escolhas erradas”, afirmou o presidente ao entrevistador.
Para Erika Hilton, o presidente pode ter cometido violência sexual contra crianças e adolescentes, omissão de socorro e acobertado crimes de prostituição ao não levar o caso às autoridades.
“Assumir publicamente que ‘pintou um clima’ com crianças e adolescentes em uma esquina e se dirigir a elas perguntando “Posso entrar na tua casa?” com a expectativa de que se tratava de uma casa de prostituição, além de poder caracterizar pedofilia, pode indicar a intenção de cometer violência sexual”, destaca trecho da ação protocolada pela deputada.
Em entrevista, uma das mulheres venezuelanas presentes no dia apontado por Jair Bolsonaro desmentiu o fato, alegando que na casa em questão ocorria uma ação social.