Lula em comício em Florianópolis (SC).
Reprodução/ YouTube 18.09.2022
Lula em comício em Florianópolis (SC).

Candidato do PT à Presidência, o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva encerrou neste domingo em Florianópolis (SC) uma série de comícios pela Região Sul do país com uma provocação ao presidente Jair Bolsonaro (PL). Disse que "tinha que vir para desmentir que isso aqui é terra de Bolsonaro" e que dará "um jeito no Centrão e no orçamento secreto". No sábado, Lula fez campanha em Curitiba e, na sexta, em Porto Alegre.

"Outro dia tinha marcado para vir aqui e não foi possível por vários problemas, até de local. Foi quando vi na imprensa um senador que disse que eu não deveria vir a Santa Catarina porque essa aqui é terra de Bolsonaro. E que eu não seria bem recebido aqui", disse Lula no evento na praça Tancredo Neves, na capital catarinense.

"Certamente ele não está vendo e acompanhando pela internet esse nosso ato. Mas queria pedir para o companheiro Dario (Berger, senador) e o companheiro Randolfe (Rodrigues, senador e um dos coordenadores da campanha de Lula) para quando o Senado voltar a funcionar levar a fotografia aérea desse encontro aqui. É para ele saber que na vida política dele, nem que ele gaste o orçamento secreto inteiro, ele vai conseguir juntar a quantidade de gente que tem hoje aqui nessa praça", disse.

Apesar do evento lotado, sondagens eleitorais mostram um cenário desfavorável a Lula no Sul. Segundo a última pesquisa Datafolha, de sexta-feira (16), o presidente Jair Bolsonaro tem 42% das intenções de voto na região Sul, enquanto Lula soma 34%.

A margem de erro para a região é de cinco pontos para mais ou menos. Em maio, o petista estava com 17 pontos de vantagem, sendo 12 fora da margem, mas a partir de setembro houve uma inversão na curva e Bolsonaro o ultrapassou numericamente.

Especificamente em Santa Catarina, pesquisa Ipec divulgada no fim de agosto mostra que Bolsonaro lidera com 50% das intenções de voto no estado, contra 25% de Lula.

Ao lado do candidato a vice-presidente, Geraldo Alckmin (PSB), que não discursou, Lula disse que vai revogar o decreto de sigilo do governo Bolsonaro "para descobrir o que ele está escondendo" e prometeu mais investimentos em educação, saúde e saneamento básico, citando "as praias maravilhosas" de Florianópolis sem tratamento de esgoto.

"Aí fico sabendo que nessas praias tão bonitas o esgoto é jogado in natura. Alguma coisa está errada com a elite brasileira. Mas não tem nada errado. É que ela não gosta de fazer esgoto porque é embaixo da terra e ninguém vê. O que gostam é de fazer ponte, viaduto, que as pessoas enxergam. Mas saneamento básico que gera emprego, qualifica a vida das pessoas, não é importante, as pessoas não veem", criticou Lula.

O petista prometeu a criação de um Ministério da Mulher e um Ministério da Igualdade Racial, proposta já anunciada em comícios anteriores, além da volta dos Ministérios da Pesca e da Cultura. Repetiu que quer "cuidar" do povo brasileiro, e não governar. E que está "otimista" aos 76 anos, "com energia de 30".

"Se a gente ganhar, vamos ter que dar um jeito no Centrão, no Orçamento Secreto, cumprir o salário da enfermagem, melhorar o piso dos professores. Para melhorar Educação, Saúde, tem que contratar mais gente, e pagar. É por isso que estou otimista", afirmou.

A ex-presidente Dilma Rousseff discursou antes de Lula, e foi saudada com coro de "Dilma, eu te amo". Décio Lima (PT), candidato ao governo de Santa Catarina, Bia Vargas (PSB), candidata a vice-governadora, e o senador Dario Berger (PSB), candidato à reeleição, também falaram no evento.

Enquanto Lula esteve em reduto eleitoral de Bolsonaro, o presidente fez campanha em Pernambuco, e passou por Garanhuns, onde o petista nasceu.

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