Casados há 23 anos, o cônsul da Alemanha no Brasil Uwe Herbert Hahn, preso pelo homicídio do marido, o belga Walter Henri Maximillen Biot , morava no Rio de Janeiro há quatro anos. Em todo esse período, o casal viveu na cobertura na Rua Nascimento Silva, onde Biot foi encontrado morto. Hahn e o marido, no entanto, estavam prestes a se mudar para o Haiti, pois já havia se esgotado o prazo de quatro anos de permanência no país estipulado pela embaixada alemã para seus funcionários que vivem no exterior. Em depoimento , o cônsul disse que “seu marido estava ciente e feliz com a mudança". O cônsul teria ficado sabendo em maio que deveria mudar de país.
Um porteiro do prédio onde o casal residia também prestou depoimento na 14ª Dp, onde o caso foi registrado, por volta das 18h35 deste sábado. Ele trabalha no edifício há 40 anos e afirmou que a vítima passava a maior do dia em casa. Edileno Bernardo da Silva contou que os dois estrangeiros aparentavam ser um casal tranquilo e que nunca viu os dois brigando:
"Ele (Walter) gostava de beber, mas mesmo assim chegava (no prédio) tranquilo. Não maltratava ninguém."
O porteiro contou que não ouviu música alta ou discussão na noite de sexta. Ele ainda conta que, por volta das 18h de ontem, Uwe desceu e pediu ajuda para ligar para a ambulância, já que Walter tinha caído em casa e estava sangrando .
Hahn foi preso em flagrante na noite deste sábado, dia 6, após seu marido, Biot, de 52 anos, ter sido encontrado morto na noite da última sexta-feira, dia 5 , na cobertura do apartamento onde moravam, em Ipanema. Segundo Camila Lourenço, delegada assistente da 14ª DP (Leblon), a versão do alemão, de que o marido havia tropeçado e caído , não era compatível com as marcas encontradas no corpo do belga durante a necrópsia.
De acordo com policiais militares do 23º BPM (Leblon), o diplomata acionou o Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu) e informou ao médico que o marido havia passado mal e caído no chão. O corpo do estrangeiro apresentava lesões, como equimoses, nas pernas, no tronco e também na cabeça, bem como lesões características de pisaduras.
Segundo o Corpo de Bombeiros, profissionais do quartel da Gávea foram acionados às 19h07. Quando chegaram ao imóvel, o belga já estava em parada cardiorrespiratória. Na tarde deste sábado, profissionais do Instituto de Criminalística Carlos Éboli (ICCE) realizam uma perícia no imóvel onde o casal vivia, acompanhados por policiais da 14ª DP.
Aos PMs, o cônsul disse que a vítima tomava pastilhas para dormir e costumava beber muito, quase todos os dias. O médico responsável pelo atendimento acreditou que o homem pode ter tido um mal súbito, mas não quis atestar o óbito e o corpo foi encaminhado ao Instituto Médico-Legal (IML), no Centro da cidade, para passar por um exame de necropsia.
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