O corpo do guarda municipal petista Marcelo Aloizio de Arruda, assassinado durante a sua festa de aniversário, será enterrado nesta segunda-feira. O secretário de Segurança Pública de Foz do Iguaçu, Marcos Antonio Jahnke, afirmou que a Polícia Civil investigará as motivações do crime.
"Pelo que a gente percebeu foi uma intolerância política", disse o secretário.
Uma música relacionada a Bolsonaro que estaria tocando no carro do agente penal José da Rocha Guaranho na noite de sábado, perto de onde o petista comemorava seus 50 anos, pode ter motivado a discussão entre eles que terminou com a morte de Arruda em Foz do Iguaçu (PR), segundo informações da Polícia Civil do Paraná. Arruda chegou a revidar o tiro e, ferido, Guaranho, que é diretor do espaço onde ocorreu o evento, foi socorrido e levado ao Hospital Municipal, onde encontra-se internado e sob custódia. O caso gerou ampla repercussão entre políticos no país, e também na imprensa internacional.
Em entrevista coletiva na tarde de domingo, a delegada Iane Cardoso, da Polícia Civil do Paraná, descreveu como se deu a dinâmica do crime, com base nas primeiras informações colhidas pela investigação, com base no depoimento de uma testemunha. A corporação também analisa imagens de câmeras de segurança e planeja ouvir outras testemunhas no decorrer da semana. Um vídeo captado pela câmera de monitoramento do local da festa mostra o momento em que Arruda se defendeu do ataque a tiros de Guaranho.
Música 'remetia a Bolsonaro', relata testemunha
A delegada disse que, segundo uma testemunha, o veículo de Guaranho tocava uma música que "remetia a Bolsonaro", o que teria desagradado o aniversariante. Arruda teria então pedido que Guaranho se retirasse do local de sua festa. Enquanto ia embora, acabou respondendo algo para o guarda municipal. Segundo a delegada, há um vídeo que mostra essa interação entre eles, mas o conteúdo do que foi dito ainda será apurado a partir dos depoimentos de outras testemunhas. Uma pessoa que estava presente na festa relatou à polícia que o atirador teria dito "Aqui é Bolsonaro". A discussão começou por volta de 22h40 de sábado.
Além disso, considerando os ânimos abalados dos envolvidos no caso, Cardoso informou que também foram postergados os depoimentos da mulher de Arruda e o da mulher de Guaranho, que está previsto para esta segunda-feira. Também há previsão de fazer oitivas de todas as pessoas que estavam na festa. A delegada explicou que foi possível ouvir apenas uma pessoa num primeiro momento, pois as demais haviam consumido bebidas alcoólicas na comemoração do aniversário de Arruda.
Discussão entre Guaranho e Arruda
A delegada relatou que o aniversariante reagiu ao comentário do motorista arremessando na direção do carro alguns pedregulhos de uma planta próxima a ele. Ela comentou que, sobre este momento, também há imagens as quais a Polícia Civil já teve acesso. Em seguida, o agente penal ameaçou o guarda municipal, sacando sua arma. Ele teria dito que voltaria.
"De fato, ele voltou. E quando ele retornou, ocorreu toda a tragédia", acrescentou Cardoso.
O momento dos tiros
Um vídeo captado pela câmera de monitoramento do local da festa de aniversário momento em que Arruda se defendeu do ataque a tiros de Guaranho.
Os investigadores também vão analisar nessas imagens o momento em que algumas pessoas que aparecem chutando Guaranho, quando ele já está baleado e caído. Cardoso disse que os agentes vão buscar identificá-las, além de verificar se algum golpe prejudicou a condição de saúde do agente penal.
Outro ponto a ser investigado, de acordo com a delegada, é o porquê o agente penal foi até o local da festa, pois ao que tudo indica, ele não era convidado. No entanto, a investigação quer saber também se Arruda e Guaranho já se conheciam, pois o agente penal é diretor do local onde ocorria a festa.
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